Infecção Hospitalar: Índices do Hospital da Providência estão bem abaixo do percentual tolerado pela OMS

Um assunto muito temido pelos que precisam ser internados é a infecção hospitalar. Antes deum procedimento cirúrgico ou de passar um longo período no hospital, não há paciente que não pergunte aos médicos quais os riscos existentes de se contrair uma infecção.

A preocupação é totalmente compreensível, mas é necessário ter em mente que o próprio paciente pode trazer uma infecção para dentro do hospital.

Para compreender melhor essa possibilidade, é importante lembrar que existem dois tipos de infecção: a hospitalar e a comunitária. A infecção hospitalar é aquela contraída durante estadia no hospital ou proveniente de procedimento cirúrgico. Já a comunitária é adquirida fora do hospital, para onde o paciente leva a infecção ao buscar tratamento. Portanto, não se trata de uma bactéria específica que está presente na atmosfera hospitalar, “andando” pelos corredores e quartos e “pulando” de paciente em paciente. Ela também não está ligada diretamente à higienização das instituições hospitalares. Na maioria das vezes, ela está relacionada com a própria flora bacteriana do paciente, que, debilitado, tem dificuldade de reagir perante a ação dela, ou seja, adquire uma infecção. Embora possuam diferenças quanto à forma como são contraídas, todos os casos de infecção são tratados com a mesma prioridade e delicadeza, pois, por serem provenientes de bactérias, vírus e protozoários, podem se propagar e atingir outros pacientes.

No Hospital da Providência, existe a mais de 40 anos uma CCIH - Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, hoje formada por 15 colaboradores, de todos os setores da instituição,responsável pelas ações de prevenção e controle de infecção hospitalar.

Entre as atribuições da comissão, estão a visita diária a todos os leitos do hospital para acompanhamento dos pacientes com risco de infecção, desenvolvimento de atividades e mecanismos de prevenção junto a pacientes e colaboradores, e a aplicação dos critérios de notificação da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em todos os casos de infecção hospitalar.

“Temos uma luta diária contra qualquer fator que possa desencadear uma infecção. Nossa missão é garantir que o paciente – que já entra aqui com algum problema de saúde – saia daqui melhor do que quando entrou, sem mais problemas”, afirma Samanta Campaner, coordenadora da comissão. Ela lembra que o hospital é reconhecido pelo Ministério da Saúde por manter uma comissão. “Temos uma placa enviada pelo Ministério da Saúde que reconhece o hospital pela sua atuação no controle de infecções”.

Dia Mundial – No dia 15 de Maio, é comemorado o dia mundial de combate à infecção hospitalar. Nesta data, é iniciado o calendário de atividades e treinamentos de combate e controle de infecção com os colaboradores, que segue até Maio do ano seguinte, ou seja, as capacitações acontecem durante todo o ano, devido à relevância do tema. Anualmente, 100% dos colaboradores são capacitados para lidarem com os riscos de infecção.

Resultado – Os resultados do trabalho da CCIH e da dedicação de cada colaborador tem sido satisfatório no Hospital da Providência. A OMS – Organização Mundial da Saúde - tolera um índice de até 5% de casos de infecção. No HP, a média no ano de 2013 foi de 1,42% e 0,84% na unidade Materno Infantil, e não está sendo diferente em 2014.

Vale lembrar que a quantidade de casos e os índices de infecção hospitalar variam entre os hospitais, de acordo com as especialidades, número de leitos, número de cirurgias, porte da instituição, entre outros fatores, além é claro, de apresentar variações entre os próprios setores de um mesmo hospital.

A complexidade dos casos depende tanto da imunidade do paciente, quanto da sua idade e da existência de doença de comorbidade. O tratamento é feito geralmente com antibióticos e outros medicamentos específicos para cada caso.

Orientação – Assim como os médicos, enfermeiros e demais colaboradores do hospital, todos os visitantes também devem tomar precauções com o objetivo de evitar a infecção hospitalar. Para isso, recomenda-se que todos realizem uma correta higiene das mãos antes de tercontato com os pacientes.

Mitos sobre a Infecção hospitalar

- Em todo procedimento hospitalar, o paciente irá contrair uma infecção.

- Todo caso de infecção hospitalar é culpa do hospital.
- Todo paciente que contrai uma infecção hospitalar, vai a óbito.
- Infecção hospitalar não tem cura.

Verdades sobre a infecção hospitalar
- As infecções hospitalares podem ser controladas, mas não eliminadas por completo.
- A maior parte dos casos de infecção hospitalar está relacionada à própria flora bacteriana do
paciente.
- O sucesso do tratamento de uma infecção hospitalar depende do estado geral do paciente.
- O risco de contrair uma infecção existe, mas não pode ser generalizado.
- A ocorrência de um caso de infecção hospitalar é proveniente de uma soma de fatores, como o estado do paciente, o procedimento a que foi submetido, entre outros.