O protesto de caminhoneiros com objetivo de exigir redução do preço do óleo diesel e das tarifas de pedágio, além de melhor remuneração pelos fretes recebeu grande adesão de profissionais da categoria nesta segunda-feira (23), em pontos de bloqueio no km 245 da BR-376 (Rodovia do Café), próximo ao 30º Batalhão de Infantaria Mecanizado (BIMec), na zona sul do município de Apucarana, e na BR-369 (Rodovia Mello Peixoto), perto de praça de pedágio da concessionária Viapar, em Arapongas. Em Apucarana, já se formou uma fila de cerca de 10 km de caminhões enfileirados. O mesmo ocorre em Arapongas. O movimento tem apoio de pastorais da Igreja Católica e ainda de professores da rede estadual de ensino. Coordenadores do protesto asseguram que a mobilização é por tempo indeterminado.
Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os manifestantes iniciaram a mobilização no domingo não permitem a passagem de veículos de carga e utilitários com mercadorias pelo local. Já carros, motos e ônibus e caminhões com cargas perecíveis, além de ambulâncias, têm permissão para trafegar. Os caminhoneiros protestam contra a alta no preço do diesel e pedem aumento no valor do frete pago aos profissionais da categoria, além da redução do preço da tarifa de pedágio.
Quem vai pagar o meu prejuízo: o governo?, indaga
José Luiz Ronemberg, que trabalha como caminhoneiro
há 30 anos - Foto: Luiz Demétrio
A mobilização dos profissionais do volante nesta segunda-feira volta a provocar congestionamentos na BR-376 e na BR-369. Os caminhoneiros portam faixas e cartazes com críticas à presidente Dilma Roussef (PT) e ao governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). Os profissionais do volante estão bem articulados e fornecem água e alimentação para os colegas que aderem ao movimento. Uma cozinha improvisada e até uma churrasqueira foram montadas no ponto de bloqueio da BR-376. André Luiz Nogueira da Silva conta que está na profissão há 14 anos e diz que nunca viveu uma situação tão crítica como a atual.
"O dinheiro do frete mal dá para pagar o óleo diesel, o pedágio e a manutenção do caminhão. A remuneração daqueles que trabalham com empregados está sendo bancada pelos patrões, sem qualquer lucro, ou seja, no vermelho. O motorista Adriano de Souza, há nove anos como caminhoneiro, também justifica a mobilização da categoria. "Temos que fazer assim para garantir os nossos direitos; fazer valer nossa razão". Já o caminhoneiro José Luiz Ronemberg, que há 30 anos trabalha como profissional do volante e reside em Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, conta que está parado no bloqueio desde as 12 horas de domingo (22).
"Nunca vivenciei uma crise tão profunda como essa. Estou levando uma maquinário para Porto Alegre e estou com apenas R$ 22 no bolso e agora parado, sem poder chegar ao meu destino. Quem vai pagar o meu prejuízo: o governo?, indaga Ronemberg. Uma situação peculiar chamou a atenção hoje pela manhã no ponto de bloqueio em Apucarana. Um profissional do volante que se integrou ao movimento recebeu a informação de quem um sobrinho dele havia falecido na cidade de Ponta Grossa. Os líderes do movimento arrumaram uma "carona" para o colega ir ao velório e sepultamento em Ponta Grossa e motorista deixou seu caminhão com carga parado em barreira feita em Apucarana.
Fila de caminhões já têm cerca de 10 km
de extensão em Apucarana
Foto: Luiz Demétrio
ARAPONGAS - A manifestação dos caminhoneiros também tem sequência na praça de pedágio em Arapongas. Em um dos sentidos da pista, a fila de caminhões já chegou ao trevo de acesso ao município de Rolândia. A PRF reiterou que os manifestantes não informaram se existe previsão para liberação das rodovias bloqueadas.
Na Região Metropolitana de Londrina, o bloqueio dos caminhoneiros também aconteceu em outro ponto da BR-369, em Sertanópolis, durante o domingo. A fila de caminhões chegou a cinco quilômetros.
Motorista pintou frase de protesto no para-brisa
de caminhão - Foto: Luiz Demétrio
PARANÁ - O bloqueio de caminhões iniciado na manhã de domingo (22) continua sendo realizado na manhã desta segunda-feira (23) em rodovias federais e estaduais no Paraná, em protesto de caminhoneiros contra o alto custo para o transporte de cargas com aumento de impostos e cobrança de tarifas. A PRF informou ainda que o protesto continua na BR-376, km 245, em Apucarana, na BR-277, km 667, em Medianeira, na BR-163, km 32, em Santo Antônio do Sudoeste e na BR-163, km 64, em Perola d´Oeste. Em Guarapuava, a pista foi liberada na BR-277 após negociação da PRF com os manifestantes.
MAIS BLOQUEIOS - Nas rodoviais estaduais, os protestos continuam na na PR-471, km 22, em Nova Prata do Iguaçu; PRC-280, km 255, em Marmeleiro, km 194, em Mariópolis, e km 170, em Clevelêndia; PR-281, kms 535 e 540, em Dois Vizinhos; PR-483, km 001, em Francisco Beltrão; PR-566, km 012, em Itapejara do Oeste; PR-493, km 030, em Itapejara do Oeste; PR-466, kms 179 e 180, em Pitanga, e kms 091 e 100, em Jardim Alegre; PR-487, km 295, em Manoel Ribas; PR-158, km 582, em Vitorino; PR-182, km 459, em Realeza; e PR-495, km 75, em Missal.
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