Está em vigor desde março deste ano, o novo reajuste da
tarifa de energia no Paraná. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou aumento 31,88% aos consumidores residenciais que representam 80% dos clientes da Companhia Paranaense de Eletricidade (Copel) no Estado. Na conta do vendedor apucaranense Leandro Marrese, 40 anos, o reajuste representou um acréscimo de 42% na conta de energia, gerando grande impacto no orçamento da família. Indignado com o custo alto, Marrese chegou a compartilhar uma publicação com imagens de faturas para protestar contra a evolução dos valores.
O valor médio pago pelo apucaranense era de R$ 145 por mês pelo consumo de 269 quilowatt-hora (kWh), como consta em uma fatura do mês de janeiro. O valor saltou para R$ 205,82 em abril, com a faixa de gasto de 262 kWh. “O consumo é praticamente o mesmo com pouca variação mensal, o que é normal em qualquer residência. Comprovei na última semana indo no escritório da Copel para realmente ver se estava certa minhas faturas. E para minha surpresa, além de certas, a atendente disse que em junho vai haver um novo aumento”, surpreende-se.
O acréscimo nas despesas de luz causou grande impacto no orçamento da família, afirma Marrese, que cortou gastos supérfluos e adotou novos hábitos de economia. “Este ano já deixo de fazer uma janta fora ou um passeio com a esposa pensando na conta de luz, mas o impacto maior é moral em saber que estamos pagando alto pelas falhas dos governantes”, critica.
Para economizar, ele investiu nas lâmpadas de LED. “Agora cuido para não esquecer lâmpadas acesas e o computador que passava 24 horas ligado, agora só ligo na hora do uso”, conta.
Na casa da vendedora apucaranense Leila Maria Cara Galan, 33 anos, acontece o mesmo. Ela diz que pagava em média R$ 120 na fatura de energia, valor que saltou para R$ 190 este mês. “Considero um valor muito alto para uma casa onde moram apenas duas pessoas, eu e meu marido. Nos dois trabalhamos fora e ficamos em casa à noite, o que não justifica uma conta tão alta. Este reajuste comprometeu o orçamento de muitas famílias e o comentário é que vai subir mais. Sinceramente, não era necessário”, comenta.
Reajuste de 80% em dois meses - A encarregada de serviços gerais, Benedita Santos Dubas, 52 anos, começou a regular o consumo de energia na casa onde mora com a filha e o marido, em Apucarana. Benedita tomou esta iniciativa após perceber que sua fatura de energia encareceu quase 80%, passando de R$74,09 em março para R$ 133,03 em maio, com variação de 124 para 167 kWh.
“Não deixo mais todas as luzes acesas ao mesmo tempo nem aparelhos nas tomadas. Cortei o uso de alguns eletrodomésticos como a máquina de lavar a jato, que eu usava sempre para lavar a calçada e o carro e uso menos a máquina de lavar roupas”, revela a encarregada, que conta apenas com a ajuda da filha para complementar a renda porque seu marido tem problemas de saúde.
A moradora do Parque Bela Vista, Fausta da Silva, 70 anos, disse que sempre racionou energia. Por conta do baixo consumo e orçamento reduzido ela conseguiu se cadastrar no programa Baixa Renda. Porém, a conta que antes vinha zerada passou para R$ 50 após o reajuste. “Não sei o que aconteceu porque só mora eu e meu marido”, questiona.
O eletricista Osvaldo Batista da Silva, de Apucarana, diz que tem recebido solicitações para instalar padrão bifásico de energia. Assim, chuveiros e aparelhos como ar-condicionado são ligados a 220 Volts.
Batista aconselha ainda a adaptação da iluminação residencial para lâmpadas de LED. “São mais caras mas dá retorno no futuro”, afirma.
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