Apucarana já perdeu, neste ano, mais de R$ 50 milhões em decorrência de acidentes de trânsito. De janeiro a 23 de setembro, a Polícia Militar (PM) registrou 697 acidentes no perímetro urbano da cidade. Cada um, em média, custa R$ 72 mil, de acordo com estimativa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), que divulgou uma pesquisa nacional sobre os custos dos acidentes no Brasil.
Os valores envolvidos em um acidente variam dependendo da gravidade. Nos casos em que há morte, por exemplo, os custos podem chegar a até R$ 646 mil. O valor contabiliza cuidados com saúde e pagamentos de indenizações, os danos ao veículo e ao patrimônio público, além de custos institucionais, como da mobilização de equipes de socorro. Os acidentes registrados em Apucarana vitimaram 280 pessoas, sendo 274 feridos e seis mortos. Foram registrados ainda 41 atropelamentos.
Os meses de abril e agosto são os que mais registraram acidentes: 89. Em média, quase três por dia. Já o mês de junho teve o maior número de mortes registradas, com duas. Abril teve uma. Fevereiro, março e setembro também tiveram uma morte cada, mas todas foram posteriores, ou seja, em decorrência do acidente, mas não no local. Uma dessas mortes posteriores foi a do jovem Natan Felipe Spaider Gomes, de 15 anos. Ele faleceu no dia 19 de setembro, no Hospital da Providência, em Apucarana, após não resistir aos ferimentos provocados por um acidente que aconteceu no dia anterior.
O acidente aconteceu no cruzamento das ruas Pedro Xavier com Carlos de Carvalho, no Jardim Ponta Grossa, entre duas motos. O levantamento, que vai até o dia 23 de setembro, ainda não contabilizou a morte do motorista da Viação Apucarana Ltda. (VAL), Antônio Benjamin Neto, de 54 anos, sepultado ontem. O motorista faleceu depois que o coletivo dirigido por ele se envolveu em acidente com outro ônibus, no cruzamento da Rua Professor João Cândido Ferreira com a Rua Ponta Grossa, no centro da cidade, na manhã de anteontem.
“É uma situação que já é negativa por natureza. Mas é também negativa no âmbito econômico. Acidentes são, em boa parte das vezes, evitáveis, diferentemente de algumas doenças. Logo, a atenção das equipes médicas poderia estar voltada a esses males inevitáveis. Isso impacta na qualidade do serviço médico, além de encarece-lo”, explica o economista Marcelo Vargas. Ainda segundo ele, existe o impacto no mercado de trabalho, nas contas da União e nas das próprias vítimas.
“Boa parte das vítimas de acidentes estão em suas idades produtivas. Se eles não têm carteira assinada, é um grande problema, pois não estão seguradas pelo INSS, afetando a renda da família. Se têm carteira assinada, o ônus fica para o Estado, que poderia estar gastando com outras coisas. Isso sem falar nos custos com o conserto do veículo, tratamentos psicológicos em decorrência do trauma gerado pelo acidente, invalidez... enfim, é um tema amplo no âmbito econômico e suas consequências são diversas”, diz.
BRASIL - O Brasil perde, por ano, cerca de R$ 40 bilhões em decorrência de acidentes de trânsito. Desse montante, R$ 12,3 bi são de ocorrências registradas nas rodovias federais e o restante diz respeito a vias estaduais e municipais. “É um custo para a sociedade brasileira. Mais de 80% das vítimas são pessoas em idade produtiva – de 15 a 64 anos -, o que representa um impacto na renda das famílias. Mas também há uma parcela significativa do orçamento público, especialmente da Previdência e da Saúde”, explica o pesquisador do Ipea Carlos Henrique Carvalho.
Acidentes impactam nos setores de saúde, previdëncia e trabalho | Foto: Sérgio Rodrigo
Escrito por Da Redação
Publicado em 02.10.2015, 11:00:00 Editado em 27.04.2020, 19:56:08
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