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Chineses suspendem siderúrgica de Eike por falta de infraestrutura

Por Fabiano Maisonnave, Cristina Grillo e Lucas Vettorazzo PEQUIM, CHINA, E RIO DE JANEIRO, RJ, 11 de novembro (Folhapress) - Sócia de Eike Batista na mineradora MMX, a siderúrgica estatal chinesa Wuhan Iron and Steel Corporation (Wisco) arquivou sua p

Da Redação

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Publicado em 11.11.2012, 17:51:00 Editado em 27.04.2020, 20:37:55
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Por Fabiano Maisonnave, Cristina Grillo e Lucas Vettorazzo

PEQUIM, CHINA, E RIO DE JANEIRO, RJ, 11 de novembro (Folhapress) - Sócia de Eike Batista na mineradora MMX, a siderúrgica estatal chinesa Wuhan Iron and Steel Corporation (Wisco) arquivou sua participação no complexo siderúrgico de porto do Açu, alegando que o lado brasileiro não construiu a infraestrutura necessária para o projeto.

"Ferrovias, terminais portuários -eles não construíram nada. O mercado também não está lá, portanto, nós paramos as conversas neste momento e não estamos pensando nisso", disse o presidente da Wuhan, Deng Qilin, à agência de notícias Reuters.

Em 2010, a Wisco, quarta maior produtora de aço da China, começou a negociar o complexo siderúrgico com a LLX, empresa do grupo EBX, de Batista. O projeto foi orçado na época em US$ 5 bilhões.

No final do ano anterior, a estatal chinesa havia comprado 21,52% da mineradora MMX por US$ 400 milhões.

O setor siderúrgico chinês enfrenta um ano turbulento devido à desaceleração da economia no mundo e na China, provocando um excesso de produção, dívidas crescentes e preços em queda. "Este é o ano mais difícil para o setor de aço chinês porque toda a economia mundial enfraqueceu, e o crescimento chinês desacelerou e atravessa uma reestruturação", disse Deng.

Ele afirmou que a empresa não planeja construir nenhuma siderúrgica no exterior, mas continua interessada na compra de minas de minério de ferro e de carvão fora da China para abastecer suas siderúrgicas.

"Dane-se a siderúrgica"

A assessoria da LLX, braço de logística do grupo EBX, de Eike Batista, e responsável pela construção do porto do Açu, informou que a empresa não se pronunciaria sobre as declarações do presidente da Wuhan, Deng Qilin.

Mas em entrevista exclusiva à Folha de S.Paulo, em 19 de outubro, o empresário disse que o perfil do porto tinha mudado e que o empreendimento estava se transformando em um polo para a indústria offshore.

Inicialmente, o porto do Açu teria duas siderúrgicas: a da Wisco e outra da Térnium, uma das âncoras iniciais do projeto. Assim como a chinesa, a da Térnium ainda não saiu do papel. Em vez das siderúrgicas, segundo Eike, empresas ligadas à exploração de petróleo vem se instalando na região do porto.

Já assinaram contratos para se instalar no porto do Açu as empresas NOV (National Oilwell Varco), Intermoor, Technip e Subsea7, todas do setor petroleiro. Segundo Eike, a Technip está investindo R$ 600 milhões na construção de uma fábrica no Açu; a NOV, mais R$ 400 milhões.

"Dane-se a siderúrgica. Meu shopping mudou. Não existe um complexo nessa escala para servir a indústria do petróleo. Então, caramba, foi desenhado como um porto para minério de ferro e olha o que virou. Tenho agora uma clientela que me paga três vezes mais pelo metro quadrado. Só esse pessoal já paga R$ 100 milhões de aluguel, antes do porto funcionar. Ficou um negócio mais nobre e isso ninguém fala", afirmou o empresário.

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