Por Lígia Mesquita
BUENOS AIRES, ARGENTINA, 10 de março (Folhapress) - A Argentina conseguiu conter a sangria em suas reservas internacionais em fevereiro, mas o saldo atual de US$ 27,6 bilhões ainda preocupa o governo.
Para tentar conseguir elevar as reservas a US$ 30 bilhões, o Banco Central argentino colocou em prática uma nova medida que obriga os bancos a aumentarem a quantidade de dólares depositados na instituição. Segundo a normativa, as quantias passarão de 20% para 40% em março. Em abril, a quantia será de 50%.
Hoje, esses depósitos compulsórios em dólares das instituições financeiras no BC argentino somam US$ 8,7 bilhões. Com a nova regra, a expectativa é que aumentem em US$ 2,6 bilhões.
Essa nova medida terá como consequência o aumento do custo para os exportadores se financiarem no país, o que os obrigará a fazer empréstimos no exterior.
A equipe econômica do governo de Cristina Kirchner já havia pedido para que os exportadores buscassem crédito fora, porque dessa maneira evitaria a fuga de divisas do país.
No mês passado, conforme mostrou reportagem da Folha de S.Paulo, o BC argentino começou a segurar dólares para importações e pediu para as empresas atrasarem os pagamentos aos fornecedores para depois de abril, quando a entidade espera receber uma grande quantidade de dólares proveniente da exportação de soja.
Essa restrição afeta diretamente o Brasil. Em 2013, o país exportou US$ 19 bilhões para a Argentina.
Outras Medidas
Desde que o peso teve sua maior desvalorização frente ao dólar em 12 anos, no fim de janeiro, o governo argentino vem tomando algumas medidas para tentar conter a queda das reservas e diminuir a pressão sobre a moeda americana.
No início de fevereiro, a volta de uma normativa de 2003 do Banco Central local fez com que a alta do dólar fosse contida. A restrição limita os ativos em moeda estrangeira que os bancos podem ter em 30% de seus patrimônios.
Dias antes, o governo também liberou a compra de dólares como investimento, o que estava proibido havia dois anos.
Desde então, os contribuintes podem gastar até 20% de sua renda mensal para a aquisição de dólares -o limite é de US$ 2.000.
Escrito por Da Redação
Publicado em 10.03.2014, 16:03:00 Editado em 27.04.2020, 20:17:48
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