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Petrobras devolve pela primeira vez uma área do pré-sal

Sofrendo grande pressão sobre sua gestão, entre denúncias de irregularidades e alto endividamento, e com prazo apertado para ampliar a produção, a Petrobras optou por devolver a área em que realizou a primeira perfuração do pré-sal. O bloco BM-S-10, na Ba

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 22.04.2014, 20:00:05 Editado em 27.04.2020, 20:15:49
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Sofrendo grande pressão sobre sua gestão, entre denúncias de irregularidades e alto endividamento, e com prazo apertado para ampliar a produção, a Petrobras optou por devolver a área em que realizou a primeira perfuração do pré-sal. O bloco BM-S-10, na Bacia de Santos, foi entregue no último mês à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), após a estatal não ter cumprido os prazos para declaração de comercialidade da área.

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É a primeira vez que a companhia devolve uma área de pré-sal. A decisão foi vista pelo mercado como um sinal de que a estatal está revendo suas prioridades de exploração para cumprir os investimentos previstos. A meta é dobrar sua produção até 2020, atingindo quatro bilhões de barris de óleo por dia. Para tanto, a companhia já revê a política de conteúdo local com objetivo de acelerar a entrega de embarcações para a campanha exploratória.

Em nota, a estatal informou que seus estudos indicaram a "inviabilidade" do desenvolvimento econômico do bloco. A descoberta do óleo no bloco foi anunciada em 2005, na área chamada de Parati, próxima aos campos de Lula e Sapinhoá. Na época, a Petrobras havia avaliado o óleo como de boa qualidade, leve e de maior valor comercial. A descoberta foi feita por amostragem em poços com profundidade de mais de 5 mil metros.

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Pelo cronograma, ela deveria apresentar até 2012 os estudos sobre dimensão e características do reservatório para, em seguida, declarar a comercialidade. Segundo a ANP, isto não foi feito e o bloco retomou ao portfólio da agência reguladora, podendo ser concedido a outro consórcio interessado.

"Nesse momento, a Petrobras tem muita coisa para fazer, o que demanda muito investimento e também mão de obra e equipamentos. Então ela pode estar traçando prioridades para as áreas onde considera mais interessante", avalia o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie). "A sua situação econômica gera uma pressão para refinar essas prioridades", completa.

O consultor também destaca que as parceiras também enfrentam situações econômicas difíceis no mercado internacional. O consórcio era formado pela Petrobras (65%) com as empresas portuguesas BG (25% ) e Partex (10%). O contrato para exploração da área foi assinado com a ANP em 2001, na segunda rodada de licitações da agência.

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"A perfuração dos poços levou um ano em função das dificuldades da área, que tem uma camada muito espessa de sal", avalia o geólogo Carlos Jorge Abreu, professor da UNB especialista em petróleo. "Houve tempo suficiente para ter uma solução para a área. Tudo indica que não era interessante, para a empresa, desenvolver esse bloco, talvez por razões econômicas", completa.

Em nota, a estatal informou que analisou as informações sobre a área em conjunto com as empresas parceiras. A avaliação era que os reservatórios tinham natureza "heterogênea e desconectada" o que "inviabilizava a implantação de projeto para o desenvolvimento econômico dessa descoberta".

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