MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Brasil quer acordo com Aliança do Pacífico

O Brasil vai apresentar formalmente ao Mercosul, em reunião marcada para a próxima semana, em Caracas, a proposta de antecipar para o fim deste ano o cronograma do acordo de livre comércio com os três países sul-americanos da chamada Aliança do Pacífico:

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 23.07.2014, 21:18:01 Editado em 27.04.2020, 20:11:13
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O Brasil vai apresentar formalmente ao Mercosul, em reunião marcada para a próxima semana, em Caracas, a proposta de antecipar para o fim deste ano o cronograma do acordo de livre comércio com os três países sul-americanos da chamada Aliança do Pacífico: Chile, Peru e Colômbia. O Brasil quer zerar as tarifas entre o Mercosul e os vizinhos andinos nos próximos cinco meses, em vez de esperar até 2019, como prevê o acordo inicial.

continua após publicidade

A ideia já vinha sendo discutida no último ano, mas, como nesse período não houve reuniões presidenciais, faltava o aval político para acelerar a proposta. O Brasil pretende obter isso agora, na Venezuela.

Diplomatas ouvidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo" avaliam que a proposta está bem encaminhada, faltando apenas ajustes técnicos.

continua após publicidade

Mais do que uma diferença comercial importante, a antecipação do acordo é um recado político com várias facetas. Uma delas: o Brasil, e o Mercosul, não planejam ficar esperando por uma decisão da União Europeia sobre a troca de ofertas e a negociação de livre comércio que, mais uma vez, está parada, sem data para começar. Antecipar a abertura de mercados para a Aliança do Pacífico seria uma forma de pressionar europeus, que dizem não estar prontos para abrir as conversas agora.

O segundo recado é interno. Uma das maiores críticas à política comercial da presidente Dilma Rousseff é o fato de o Brasil, atrelado ao Mercosul, não conseguir ir além de alguns raros acordos comerciais pouco significativos, como os firmados com Egito, Israel e Palestina.

A negociação com a União Europeia seria a resposta. Sem avanços em um horizonte próximo com os europeus, a antecipação da tarifa zero com Chile, Peru e Colômbia seria uma alternativa. Mas ainda é preciso saber se o outro lado concordará com a aceleração.

continua após publicidade

Conversas informais já foram feitas e o governo brasileiro vê com esperança o fato de, na última reunião da Aliança do Pacífico, ter sido aprovado um encontro ministerial entre os dois blocos.

Além disso, Chile, Peru e Colômbia têm mercados mais abertos do que o Mercosul. Os três países já possuem, por exemplo, acordos comerciais com os EUA e com a União Europeia e são grandes importadores de manufaturados. Apesar dos temores iniciais de que a Aliança seria uma ameaça, o governo brasileiro avalia que o grupo trará mais oportunidades para o Mercosul.

Para o Brasil, a mudança é mais fácil, admite o governo. O País tem tarifas zeradas ou significativamente reduzidas com os três países. Com o Chile, hoje a redução tarifária já atinge quase 100% dos produtos, à exceção do trigo - em 88% dos produtos, as tarifas estão em zero. Com o Peru, o país oferece redução em 99% dos produtos e recebe, a partir deste ano, redução em 83% do comércio bilateral. A situação é mais difícil com a Colômbia, que ainda protege 42% de seus produtos, embora tenha redução em 92% dos produtos exportados ao Brasil.

continua após publicidade

Nos outros países do Mercosul, a situação difere um pouco, mas tanto Uruguai quanto Paraguai têm mercados mais abertos. Mesmo a Argentina, mais resistente a abrir seu mercado, não teria apresentado grandes resistências. Ajuda, neste caso, o fato de que a produção da Aliança do Pacífico e do Mercosul ser mais complementar do que concorrente. A exceção é o México, que, pelo menos neste início das negociações, ficaria de fora.

Isso porque a proposta brasileira é simplesmente acelerar o cronograma de livre comércio acertado na Associação Latino Americana de Comércio (Aladi), que inclui nove países sul-americanos, México, Cuba e Panamá. O México, apesar de fazer parte da Aladi, ainda está muito longe de uma desgravação tarifária (diminuição progressiva das tarifas) consistente.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Brasil quer acordo com Aliança do Pacífico"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!