2 - Momento não é bom para pequeno investidor aplicar em ações

SÃO PAULO, SP - Não é um bom momento para o pequeno investidor entrar no mercado acionário, avaliam especialistas ouvidos pela reportagem. Com volatilidades altas, especialmente devido ao período eleitoral, o Ibovespa (principal índice acionário do Brasil) atingiu nesta terça-feira (19) sua máxima do ano, aos 58.449 pontos, maior nível desde 11 de março de 2013. No ano, o Ibovespa subiu 13,48%.
Esse ganho remete à máxima do mercado acionário: comprar na baixa e vender na alta, o "segredo" para obter ganho com renda variável. Mas, na contramão dessa ideia, os momentos de alta são os que os investidores pequenos mais pensam em entrar.
"Parece quase natural do ser humano querer entrar no mercado na alta e sair na baixa", afirma Raymundo Magliano Neto, presidente da Magliano Corretora.
O momento do mercado acionário está difícil tanto para o pequeno investidor quanto para empresas listadas, tanto que 11 companhias planejam sair da Bolsa ainda neste ano.
O executivo da Magliano Corretora afirma que os pequenos investidores pessoa física que são clientes da empresa estão sendo orientados a preferir produtos de renda fixa neste momento, que paguem uma taxa de juros.
"A Petrobras subiu mais um menos 30% neste ano, mas é pura especulação", disse Magliano. Ele lembra que os fundamentos da companhia permanecem os mesmos.
A compra na alta, num momento em que o mercado atinge seus patamares máximos, e depois venda na baixa, concretiza o que é conhecido como "efeito manada". Para a consultora financeira Aline Rabelo, o pequeno investidor é quem mais sai perdendo ao seguir o "efeito manada".
"Quando o investidor começa a aplicar no mercado de ações, a gente nota um certo desespero. Se a ação cai 2%, ele vende. E aí acontece a perda. O contrário também ocorre. Quando ele compra, o movimento todo de alta já pode ter acontecido e ele acaba perdendo dinheiro", afirma.