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Precarização é forma de minar autonomia do IBGE, diz sindicato

PEDRO SOARES RIO DE JANEIRO, RJ -Em resposta às críticas da presidente do IBGE, Wasmália Bivar, em entrevista à Folha de S.Paulo, a diretora do sindicato da categoria Ana Magni diz que há, sim, "desrespeito à autonomia técnica" do órgão por parte da dir

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.08.2014, 15:43:00 Editado em 27.04.2020, 20:10:16
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PEDRO SOARES
RIO DE JANEIRO, RJ -Em resposta às críticas da presidente do IBGE, Wasmália Bivar, em entrevista à Folha de S.Paulo, a diretora do sindicato da categoria Ana Magni diz que há, sim, "desrespeito à autonomia técnica" do órgão por parte da direção do instituto, ainda que não veja interferência direta do governo.
Na entrevista, Bivar disse que a paralisação teve motivação "política" e não tinha "uma pauta sindical".
"Quando não há recursos humanos ou materiais para produzir direito [as pesquisas], se estabelece um nível mínimo de produção, na quantidade e na qualidade. Adiar a Contagem da População [postergada para 2016] tem efeitos negativos práticos para o Fundo de Participação do Municípios [baseado na população de cada cidade]", afirmou Magni.
A pesquisa foi adiada porque o Ministério do Planejamento cortou recursos do IBGE diante do contingenciamento do orçamento geral da União.
"Quem sofre é a sociedade, pois significa que estamos produzindo o que der, quando der, do jeito que der. Isso é autonomia? Não. Não é assim que se produz estatística", diz Magni, uma das líderes da Assibge, que representa os servidores do órgão de estatística.
GREVE
Ela faz referência ao atraso no calendário das pesquisas -que já ocorria, mas foi agravado por dois meses de greve parcial, quando a adesão, no pico, chegou a 25%, segundo a direção. O sindicato nunca divulgou seu balanço de adesão.
Para Magni, a greve foi "longa e sem resultados práticos, como a equiparação salarial com outros órgãos, o principal pleito da categoria". Mas serviu para "avançamos na denúncia pública das condições precárias do instituto", expondo a necessidade de mais concursos, melhores salários e "mais democracia" no órgão.
A categoria queria eleição direta para cargos de alta gestão (coordenadores e diretores). A proposta foi rejeitada. "A direção ficou indignada com a pauta porque ousamos questionar a gestão, que encolhe o instituto."
Bivar disse que recebeu 210 novos servidores de nível superior e que não houve concurso neste ano por restrição da legislação eleitoral. O pedido de novo concurso para 2015 já foi encaminhado ao Ministério do Planejamento.
PNAD CONTÍNUA
Sobre adiamento da Pnad Contínua (pesquisa sobre mercado de trabalho trimestral com âmbito nacional) para após as eleições, Magni diz que "agora a greve vira desculpa para tudo, inclusive para o que estava parado antes."
O IBGE diz que a greve atrasou a coleta do segundo trimestre em alguns Estados com adesão mais forte, onde nem 40% do trabalho foi realizado -o que impede a divulgação de dados nacionais antes de 6 de novembro, data prevista para a divulgação da pesquisa.
Assim como durante todo o período da greve, Magni voltou a criticar o uso de mão de obra temporária pelo IBGE para o trabalho de coleta de dados -só a supervisão do serviços é feita por funcionários do quadro próprio.
"Massificar o trabalho temporário, que entra e sai a qualquer momento do instituto, não é saída para o esvaziamento do quadro [efetivo].
Acerca do o apoio à equiparação salarial com outros órgãos dado pela direção, ela disse que antes da greve a diretoria do órgão "a direção não se comprometia com absolutamente nada". Dizia que era "justo", mas não colocava nada por escrito".
Para a líder sindical, a proposta conjunta de equiparação que está sendo elaborada por sindicato e diretoria do IBGE e será levada em janeiro ao próximo governo é "um avanço fruto da nossa pressão coletiva".

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