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2 - ONS defende medida para preservar reservatórios contestada por SP

SAMANTHA LIMA RIO DE JANEIRO, RJ - O diretor executivo do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Hermes Chipp, defendeu, nesta terça-feira (26), o direito da instituição de restringir o volume de água que vaza de reservatórios de hidrelétricas no n

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.08.2014, 22:30:00 Editado em 27.04.2020, 20:10:07
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SAMANTHA LIMA
RIO DE JANEIRO, RJ - O diretor executivo do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Hermes Chipp, defendeu, nesta terça-feira (26), o direito da instituição de restringir o volume de água que vaza de reservatórios de hidrelétricas no norte do Estado de São Paulo para a hidrovia Tietê-Paraná.
A medida do ONS visa evitar o esvaziamento dos reservatórios devido à seca. Na semana passada, o Estado de São Paulo disse que entraria na Justiça contra a decisão porque, com a retenção, a hidrovia passou a ter trechos sem condições de navegação, tornando inviável o transporte hidroviário de grãos do Centro-Oeste para o porto de Santos.
"Cada um defende seu interesse. O nosso é garantir o abastecimento do consumidor nacional. Evidentemente não vamos fazer isso prejudicando sem necessidade o atendimento local", disse, após a abertura do seminário Windpower, sobre energia eólica, no Rio.
Segundo Chipp, a questão "não é desmerecer o problema". "Você tem situações como na hidrovia, que não têm comparação. Ali tem alternativa, que é rodovia. Nos temos uma prioridade que é preservar os reservatórios até chegar o período de chuva", disse Chipp.
O representante do ONS disse ter realizado reunião com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que prevê um período de chuva já estabelecido em meados de outubro.
"Eles colocaram que há possibilidade razoável de estação úmida dentro da normalidade. Em meados de setembro, teremos transição para estação chuvosa, e esperamos em meados de outubro já estar na normalidade dos outros anos. Mas certeza a gente nunca tem."
TETO PARA PREÇO ALTO
O país precisa estudar formas de reduzir o risco da alta do preço da energia no chamado mercado livre para as empresas e os consumidores, disse o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim.
A criação de um teto para o preço seria uma das possibilidades a serem estudadas, disse Tolmasquim.
Este ano, durante a maior parte do tempo, por conta da estiagem e o consequente acionamento maior de usinas térmicas, esse preço esteve acima de R$ 500 por MW a maior parte do tempo.
Nesta semana, no Sudeste e Centro-Oeste, o mercado mais importante, o preço encontra-se em R$ 695 por MW, contra R$ 163 por MW há um ano, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
Essa diferença de preços levou as distribuidoras de energia elétrica a uma profunda crise, exigindo do governo a construir operações de salvamento, com repasses do Tesouro e empréstimos com bancos privados com garantia pública.
"Vamos ver de que forma esse risco para os agentes do setor elétrico pode ser reduzido. Mas é uma discussão que só pode ser feita quando a situação voltar ao normal", disse Tolmasquim, ao fim da abertura do Windpower.
As distribuidoras garantem o fornecimento de quase toda energia que vendem ao consumidor por meio de contratos de três e cinco anos assinados com geradoras.
Outra parte pequena desse consumo é garantido por meio de compra de energia no mercado livre, sem contrato. Excepcionalmente, no início deste ano, o grau de descontratação das distribuidoras estava maior do que o normal.
As usinas térmicas geram energia a um preço maior do que as hidrelétricas, que estão fornecendo menos energia devido ao baixo nível de água dos reservatórios. Para poupar água, o ONS, que gerência o sistema nacional de abastecimento, determina menor vazão dos reservatórios das hidrelétricas e, para compensar a menor geração dessa fonte hídrica, manda gerar mais energia nas térmicas, que operam a um custo maior.
Essa diferença de preço pago pela energia no mercado livre é repassada pelas distribuidora aos consumidores no momento em que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autoriza o reajuste anual.
Até esse momento do reajuste, porém, as distribuidoras têm de carregar o impacto financeiro da conta, o que levou à crise experimentada pelo setor este ano.
EÓLICAS
A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica disse que as geradoras de energia movida a ventos já é capaz de produzir 5 MW, ou 4% da capacidade de geração de energia elétrica do país.
Esta capacidade instalada geraria energia elétrica suficiente para 10 milhões de pessoas.
Segundo Élbia Melo, desse total, 4,1 MW estão "efetivamente gerando". Outros 930 MW estão sem operar por falta de linha de transmissão que garanta o transporte da energia, mas 630 MW devem ser ligados ainda em outubro, prevê. A expectativa da associação é ter, até o fim do ano, um parque eólico capaz de gerar 7,2 MW -energia suficiente para abastecer 15 milhões de pessoas.

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