MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

5 - Câmbio diminui competitividade, diz executivo da Camargo Corrêa

MARCELO SELTON SÃO PAULO, SP - "A política cambial afeta a nossa competitividade externa". O diagnóstico é de André Clark Juliano, vice-presidente executivo de Negócios Internacionais da Camargo Corrêa, durante o painel "Câmbio: segurar a inflação ou inc

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 27.08.2014, 14:36:00 Editado em 27.04.2020, 20:10:05
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

MARCELO SELTON
SÃO PAULO, SP - "A política cambial afeta a nossa competitividade externa". O diagnóstico é de André Clark Juliano, vice-presidente executivo de Negócios Internacionais da Camargo Corrêa, durante o painel "Câmbio: segurar a inflação ou incentivar as exportações", nesta quarta (27) no Fórum de Exportações promovido pela Folha de S.Paulo.
O fórum é o quarto seminário da série que discute temas do país e ocorre em São Paulo, entre esta quarta (27) e quinta-feira (28).
Usadas pelo Banco Central para combater a inflação, as operações de swap cambial comprometem um terço das reservas brasileiras. De acordo com Juliano, "a consequência é queda nas exportações, em razão da perda de competitividade, e aumento nas importação".
Posição semelhante tem Gesner de Oliveira, sócio da GO Associados e professor da FGV-SP. Para ele, a correção do câmbio é necessária, mas não é suficiente para tornar o país competitivo. "É eficaz para combater a inflação, mas é pouco eficiente. Resolve, mas machuca muito a economia", explica.
Oliveira cita o exemplo da Argentina. O país sul-americano passa por uma crise interna que prejudicou as exportações do setor automobilístico brasileiro. "Isso independe do câmbio. É resultado de outro fenômeno recente, o fim da bonança externa vivido nos últimos dois anos".
Para Juliano, o Brasil deveria não ficar dependente do agronegócio. O executivo sugere maior ênfase na exportação de tecnologias de construção e de engenharia, terceiro maior segmento superavitário na balança comercial do país.
"Temos condições de ser um referencial internacional nesse setor. O Brasil tem escala para exportar a geração de melhorias em infraestrutura", disse o vice-presidente da Camargo Correa. A conclusão é baseada nas experiências da empresa, em que mais de 20% dos negócios são feitos no exterior.
O professor da FGV defende a ênfase na infraestrutura interna. "Todos os BRICS têm uma condição melhor. Em comparação com os países desenvolvidos, é impressionante a diferença".
A solução apontada por ele passa por um aumento na taxa de investimento, de 18% a 25% e redução na carga tributária. São medidas que não passam pelo câmbio, mas que podem tornar o país mais competitivo. "Se a política cambial não for bem administrada, é nefasta para a economia. Você destrói emprego, muito emprego", conclui Oliveira.
FÓRUM
A Folha de S.Paulo promove nestas quarta (27) e quinta-feira (28) um fórum sobre exportações para debater os prognósticos da balança comercial do Brasil e a inserção do país no cenário econômico global.
O evento ocorre nos dois dias das 9h às 13h no Tucarena (rua Monte Alegre, 1.204, Perdizes), e as inscrições podem ser feitas gratuitamente pelo telefone 0800-777-0360.
Parte do ciclo de Seminários Folha, as palestras e painéis reunirão especialistas em comércio internacional e abordarão temas como equilíbrio no câmbio, protecionismo, entraves à exportação industrial, desafios logísticos e o papel da China na balança.
A abertura será feita por Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e atual presidente do conselho da J&F (holding que controla empresas como JBS).
Participarão também os ex-ministros Roberto Rodrigues (Agricultura), Sérgio Amaral (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e José Botafogo Gonçalves (Indústria, Comércio e Turismo); o presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, Rubens Barbosa, e o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro.
Os economistas Gesner Oliveira (FGV), Paulo Feldmann (FEA-USP) e Marcos Troyjo (Universidade Columbia) também falarão no evento, além de André Clark, da Camargo Corrêa; Marcos Jank, da BRF; e Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Completam a lista o consultor em comércio e política agrícola Pedro de Camargo Neto e Daniel Furlan do Amaral, da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais. O fórum será apresentado por Raquel Landim, repórter especial da Folha de S.Paulo e colunista do site.

continua após publicidade

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "5 - Câmbio diminui competitividade, diz executivo da Camargo Corrêa"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!