SÃO PAULO, SP - Depois de ter operado boa parte do dia no azul, o principal índice da Bolsa brasileira inverteu a tendência no final da tarde e fechou esta segunda-feira (1º) em leve queda. Segundo analistas, os investidores aproveitaram o feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos para vender ações e embolsar lucros.
O Ibovespa cedeu 0,24%, para 61.141 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6,640 bilhões. O índice chegou a subir 1,62% ao longo do dia, puxado principalmente pelas ações de estatais, na esteira da corrida eleitoral.
Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras, fecharam o dia em alta de 2,06%, para R$ 23,83 cada um. Eles chegaram a subir mais de 5% ao longo do dia. Já as ações ordinárias (com direito a voto) da Eletrobras lideraram os ganhos do Ibovespa, com valorização de 5,52%, a R$ 8,60. Outra estatal, o Banco do Brasil fechou a segunda-feira (1º) com avanço de 1,26%, a R$ 35,43.
"Acho que [a correção da Bolsa hoje] é natural, diante da euforia que a gente teve nos últimos dias", diz João Pedro Brügger, analista da consultoria Leme Investimentos. "Em relação à agenda do dia, não houve fatores que pudessem prejudicar a Bolsa. A balança comercial veio até um pouco melhor do que o esperado", acrescenta.
A alta das estatais, segundo analistas, refletiu o resultado da pesquisa Datafolha, divulgada na noite da última sexta-feira (29), que mostrou empate entre Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno da eleição presidencial de outubro. Na simulação do segundo turno, a candidata do PSB ganharia de Dilma.
O mercado financeiro tem dado constantes sinais de insatisfação com a gestão das empresas estatais pelo atual governo, o que justifica o ânimo entre os investidores com a possibilidade de mudança de comando no Planalto.
"O Ibovespa deve continuar oscilando muito com pesquisas, embora boa parte do resultado [antecipado das eleições] já esteja nos preços. Talvez o mercado comece a olhar mais para as propostas de cada candidato", completa Brügger.
Para Alexandre Wolwacz, diretor da escola de investimentos Leandro & Stormer, a correção de hoje não muda a tendência de alta do mercado.
"A Bolsa ainda pode chegar nos 62.600 pontos / 62.700 pontos. Quando atingir esse patamar, o mercado vai pensar mais para comprar e pode haver uma pressão vendedora. No entanto, a correção pode durar de duas a três semanas, com o Ibovespa chegando aos 58 mil pontos. Depois, volta a subir", diz.
CÂMBIO
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve leve valorização de 0,01% sobre o real, cotado em R$ 2,238 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,26%, para R$ 2,245.
O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 swaps cambiais (operação que equivale a uma venda futura de dólares), sendo 1.500 com vencimento em 1º de junho de 2015 e 2.500 com vencimento em 1º de setembro de 2015, pelo total de US$ 197,8 milhões.
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