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Barral: reaproximação comercial com EUA é prioritária

O ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Welber Barral considerou, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, prioritário que o próximo presidente brasileiro se e

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 21.09.2014, 11:08:01 Editado em 27.04.2020, 20:08:36
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O ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Welber Barral considerou, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, prioritário que o próximo presidente brasileiro se empenhe na reaproximação comercial e em acordos bilaterais com os Estados Unidos. Segundo ele, entre os favoritos na eleição de outubro, os candidatos Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) pregam uma maior aproximação com os norte-americanos do que a candidata Dilma Rousseff.

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Sócio da Barral M Jorge Consultores Associados, o ex-secretário sustenta que o fato de a economia norte-americana estar crescendo mais que as exportações brasileiras mostra que o mercado deve ser prioritário ao eleito em outubro. Um tratado comercial com os norte-americanos poderia beneficiar, por exemplo, o setor de veículos, como já ocorreu com o acordo automotivo entre Brasil e México, citado por Barral. Ele lembra ainda que no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi iniciado um acordo de integração comercial Brasil-México, paralisado depois.

Na proposta de, Aécio avalia como necessário o estabelecimento de bases para um acordo preferencial de comércio com os Estados Unidos. Já Marina inclui os norte-americanos na lista de blocos onde é preciso atuar ativamente para a formulação de acordos comerciais. "Os dois são mais claros nessa proposta". Barral lembra que Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, enfrentou uma crise diplomática com os Estados Unidos, "não por culpa dela".

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De acordo com Barral, o impasse dos grampos norte-americanos à presidente da República e à Petrobras afastaram possíveis acordos comerciais entre os dois países no atual governo. "Está na hora de superar essa relação ideológica com Estados Unidos, pois temos interesse econômico na recuperação da economia norte-americana", afirmou. "Nas conversas com o Itamaraty temos a certeza que a retomada das negociações e uma visita da presidente aos Estados Unidos, ocorrerão no próximo ano, caso ela seja reeleita".

Outros acordos - Por outro lado, Dilma pretende, em um eventual mandato, fortalecer as relações já existentes com países árabes, da América do Sul, África - em busca de novos mercados consumidores ainda pouco explorados - e Ásia, principalmente China e Japão. Um projeto político acertado durante o governo de Dilma foi, de acordo com o ex-secretário, a maior aproximação dos BRICs - bloco de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. "A coordenação quase sempre unitária em foros internacionais e o banco criado por esses países são projetos interessantes que todos os candidatos devem manter".

Aécio, no entanto, quer reavaliar as prioridades estratégicas com a China. A proposta, de acordo com, o consultor, seria sinal que o tucano pretende ampliar o leque de acordos internacionais com grandes blocos comerciais. O avanço do acordo com a União Europeia é um dos poucos temas comuns entre os três candidatos e poderia beneficiar setores como a agricultura, principalmente. No entanto, o futuro presidente teria de resolver dois impasses antes de retomar as tratativas comerciais com o bloco europeu: a competitividade da indústria brasileira, que seria prejudicada, e o fortalecimento do Mercosul, segundo Barral.

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O bloco econômico do qual o Brasil faz parte tem, de acordo com o ex-secretário, problemas internos com a crise da Argentina. "Até mesmo o aprofundamento das negociações dentro do Mercosul, com a situação econômica da Argentina, é muito difícil", afirmou. Uma opção seria a proposta de Marina de ampliar a integração produtiva e comercial do Brasil com toda a América do Sul.

Enquanto os acordos comerciais brasileiros engatinham, segundo Barral há a possibilidade real de um acordo entre os Estados Unidos e a União Europeia, o que prejudicaria a competitividade do País na Europa. "A política externa em geral é uma página dos programas de governo, não é definidora de eleições do Brasil e os candidatos falam muito pouco", criticou.

Câmbio

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O ex-secretário considera o câmbio como uma questão fundamental para a competitividade das exportações brasileiras e, portanto, avalia como "trágica" a estratégia do governo de controlar a inflação com o dólar desvalorizado. Setor mais sensível do comércio exterior brasileiro, a indústria perdeu competitividade com o real valorizado, na avaliação de Barral. "O problema do câmbio é institucional, pois o Banco Central tem influência grande, olha apenas a questão da inflação e é insensível à indústria", disse.

Além da reabertura das negociações e de uma solução cambial, a agenda de para o comércio externo passa, segundo o consultor, por outros três pontos: a redução da burocracia, a simplificação e harmonização do sistema tributário e os investimentos em logística.

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