Gigante que fatura mais de US$ 20 bilhões ao ano, a varejista americana de material de escritório Staples é conhecida pelas megalojas de mais de mil metros quadrados. Por aqui, a marca está presente há quatro anos. Agora, a companhia dá os primeiros passos no varejo tradicional local, com um quiosque temporário no Shopping Market Place, em São Paulo.
Segundo o presidente da Staples na América Latina, Leo Piccioli, a empresa não vai abrir megastores no País. A própria matriz revisa o modelo na América do Norte. A Staple pretende fechar 225 unidades até 2015. Em 2013, as receitas da Staples caíram 5%, para US$ 23,1 bilhões, segundo dados do seu balanço.
Por aqui, embora nenhuma decisão tenha sido tomada, é provável que a Staples replique as "nanostores", como foram apelidadas as lojas de 80 metros quadrados na Argentina. A empresa não revela o faturamento no País, mas fontes de mercado estimam algo próximo de R$ 200 milhões.
Piccioli diz que outro motivo para evitar lojas de grande porte no Brasil é a concorrência com a Kalunga, que deve fechar 2014 com faturamento de R$ 1,8 bilhão. Enquanto a Staples testa o mercado brasileiro, a Kalunga continua com o pé no acelerador. Somente no quarto trimestre, a companhia vai abrir 12 unidades, para um total de 142.
O objetivo do primeiro quiosque da Staples não é alavancar vendas, mas testar se o conceito ajudará a aumentar as vendas pela internet. O quiosque tem um computador que o cliente pode usar para fazer pedidos pelo site. Segundo Piccioli, a matriz americana acaba de injetar US$ 35 milhões no Brasil.
Minilojas
Segundo o executivo, é essencial que a operação local seja multicanal. As "nanostores" permitiriam que o cliente tivesse a opção de buscar os produtos nas lojas sem um investimento muito alto em aluguéis. Esse plano, admite Piccioli, exige a abertura de um número considerável de pontos.
Para o sócio-diretor da Kalunga, Roberto Garcia, a estratégia de lojas de pequeno porte pode confundir a clientela. A Kalunga chegou desenvolver o conceito "Express", mas desistiu da ideia. "Definimos que um mix de 11 mil itens mínimo que deve estar em todas as lojas, para que o cliente não deixe de encontrar os produtos de que precisa", explica.
Para manter este estoque, Garcia diz que precisa de pelo menos 400 metros quadrados para inaugurar uma loja. A Kalunga prevê abrir 20 lojas no ano que vem, sendo que 16 já estão contratadas.
A Staples tem presença no Brasil há dez anos, desde que comprou a OfficeNet, mas só começou a usar a marca global em 2010. O histórico do mercado de materiais de escritório mostra que redes de grande porte podem enfrentar dificuldades. Foi o que ocorreu com a americana Office Max, uma das principais concorrentes da Staples, que teve breve passagem pelo Brasil no fim dos anos 90. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Escrito por Da Redação
Publicado em 01.10.2014, 08:48:02 Editado em 27.04.2020, 20:07:59
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