Seja quem for o vencedor da votação deste domingo, dia 26, este terá de tomar decisões-chave sobre questões que afetam o seu bolso.
PT e PSDB podem divergir em muitos temas, mas a desaceleração do crescimento parece ter criado um certo consenso de que a economia está em uma encruzilhada.
Como os tucanos costumam enfatizar, a expectativa oficial é que o país cresça só 0,9% este ano e analistas do mercado são ainda mais pessimistas, estimando uma expansão de menos de 0,3%.
Por outro lado, como ressaltam os petistas, o desemprego tem se mantido em patamares historicamente baixos, o que tem evitado que a população seja duramente afetada - embora não esteja claro por quanto tempo esse cenário positivo no mercado de trabalho pode ser mantido sem uma retomada.
Economistas de diversas linhas teóricas concordam que impulsionar a economia depende tanto de uma agenda de curto prazo, que inclui o controle da inflação e ajuste das contas públicas, quanto de uma de longo prazo, ligada a reformas estruturais.
Confira abaixo os cinco desafios que, na opinião deles, o novo governo deve enfrentar na área econômica:
1) Inflação
Boa parte dos brasileiros já sente o peso da alta de preços no bolso e caberá ao próximo governo evitar um descontrole nessa área.
Aécio Neves, do PSDB, diz que perseguirá uma meta de 3% de inflação e a presidente Dilma Rousseff, do PT, garante que será "duríssima" contra o problema.
Espera-se que a alta de preços deste ano fique próxima do teto da meta do Banco Central – de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima e para baixo.
Para muitos economistas, porém, a meta só será alcançada com o adiamento dos reajustes de preços administrados (definidos ou influenciados por órgãos públicos).
"Em 2015, será difícil evitar a recomposição de alguns desses preços, o que deve ser um desafio a mais no controle da inflação", diz o conselheiro senior e ex-vice presidente do Banco Mundial Otaviano Canuto.
Entre os que podem subir estão o preço da energia, as tarifas de ônibus e combustíveis.
Canuto explica que, em 2015, uma possível desvalorização do real também pode ter um impacto inflacionário adicional (em função da alta dos importados).
"Caberá a nova gestão achar uma solução para a questão da inflação, que até pode ser via política monetária. Mas, como os juros já estão relativamente elevados, o ideal seria que se tentasse uma política fiscal mais retraída", opina.
2) Investimentos
O consumo interno e o estímulo ao crédito estiveram entre os principais motores do crescimento brasileiro nos últimos anos.
Os investimentos, porém, não acompanharam essa expansão (e caíram do patamar de 20% para 17% do PIB), o que contribuiu para a freada.
Economistas veem diferentes razões para tal descompasso.
Alguns culpam a falta de reformas para amenizar problemas como a complexa burocracia do país, as deficiências de infraestrutura e gargalos de mão de obra – que inibiriam investimentos.
Outros criticam o governo por supostos erros de gestão que teriam atrasado projetos importantes (como o pré-sal) e afastado empresários de parcerias na área de infraestrutura.
Há certo consenso de que a falta de investimentos também estaria ligada a "expectativas negativas".
Para o governo, porém, esse "pessimismo" seria politicamente motivado e intensificado pela crise internacional. Já consultorias econômicas o atribuem a incertezas relacionadas à condução da política econômica.
Sem destravar os investimentos é difícil pensar que a economia possa voltar a crescer no patamar dos 4% da década passada.
"Por isso, impulsionar os investimentos privados na produção e em infraestrutura será um dos principais desafios do novo governo", diz o economista André Biancarelli, da Unicamp.
3) Contas públicas
Analistas calculam que as contas públicas fecharão 2014 com um "déficit nominal" superior a 4% do PIB – o pior resultado em mais de uma década.
O calculo de tal déficit contabiliza receitas e despesas do governo, além do pagamento dos juros da dívida pública.
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