Encerradas as eleições, o governo brasileiro enfrenta o "desafio imediato" de recuperar a confiança dos investidores e de apresentar um "novo começo" crível para a economia, segundo relatório da agência de classificação de risco Moody's. De acordo com a agência, as perspectivas para esse "novo começo" são cruciais para a nota do país, que está hoje em Baa2, com perspectiva negativa.
"Restabelecer a confiança é importante para manter a dívida do governo em níveis suportáveis, promover o investimento do setor privado e assegurar que a resposta negativa do mercado à eleição não conduza a uma tendência de baixa nos preços dos ativos", afirma a Moody’s.
A agência aponta que um dos desafios mais imediatos da presidente Dilma Rousseff é apontar como as políticas econômicas e os objetivos de seu segundo mandato serão diferentes do primeiro.
“É possível que, na ausência de uma diretriz clara sobre a trajetória política que o governo pretende seguir, os investidores mantenham a abordagem ‘esperar para ver’, a atividade econômica permaneça restringida e os mercados financeiros sejam submetidos a correções periódicas”, afirma, em nota, o vice-presidente sênior da Moody's, Mauro Leos.
Nota
Em setembro, a Moody's alterou, de estável para negativa, a perspectiva de nota do Brasil – o que significa que ela pode ser rebaixada. Segundo a agência, a decisão "refletiu o risco crescente de que o contínuo baixo crescimento e a piora dos indicadores de dívida sinalizem uma redução na qualidade de crédito do Brasil e irão deflagrar uma migração em sentido declinante em seu rating de crédito".
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