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Bradesco lucra com crédito e serviços e diz que nova Selic terá pouco impacto

TONI SCIARRETTA SÃO PAULO, SP - Segundo maior banco privado, o Bradesco anunciou nesta quinta-feira aumento no lucro com a retomada das concessões de crédito no segundo semestre e o foco na oferta de serviços aos clientes. O lucro líquido somou R$ 3,875

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Publicado em 30.10.2014, 13:17:00 Editado em 27.04.2020, 20:06:22
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TONI SCIARRETTA
SÃO PAULO, SP - Segundo maior banco privado, o Bradesco anunciou nesta quinta-feira aumento no lucro com a retomada das concessões de crédito no segundo semestre e o foco na oferta de serviços aos clientes. O lucro líquido somou R$ 3,875 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 26,5% em relação a igual período de 2013.

As receitas de serviços chegaram a R$ 5,7 bilhões no trimestre. O volume é 5,8% superior ao do período anterior e 11,6% maior do que no mesmo período de 2013. Para Nachbar, o aumento decorre mais da oferta de novos produtos para os clientes, do que do reajuste nos preços das tarifas. "A concorrência impede um reajuste alto", disse.

As operações de crédito como um todo somaram R$ 444,2 bilhões --crescimento de 2,1% em relação ao segundo trimestre, que fora prejudicado pela Copa do mundo. No trimestre anterior, a expansão dos empréstimos havia desacelerado para 0,7% em relação ao primeiro trimestre do ano.

Mais uma vez, o destaque de crescimento do Bradesco foi o crédito imobiliário, que atingiu R$ 16,7 bilhões --7,5% de alta em relação a junho e 33% na comparação com o mesmo período de 2013. As operações de crédito consignado (com desconto em folha) somaram R$ 28,73 bilhões, uma alta de 2,8% em relação a junho e de 18,5% na comparação com 2013.Apesar da retomada no crédito, o Bradesco revisou sua expectativa de crescimento dos financiamentos neste ano. A previsão inicial era de alta entre 10% e 14%, mas agora foi revisada para um patamar mais comedido, de 7% a 11%. Até setembro, o banco já entregou um crescimento de 7,7% na carteira de crédito.
"Passada a Copa e a eleição, esperamos um crescimento maior no último trimestre", disse Moacir Nachbar Junior, diretor do banco.

Para os próximos meses, a previsão é de alta na taxa de juros, após o Banco Central elevar a taxa básica de juros, o que pode ter impacto sobre o volume de empréstimos. O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou nesta quarta-feira (29) a Selic de 11% para 11,25% ao ano.

O chefe do Departamento Econômico da instituição, Tulio Maciel, disse hoje que a mudança na Selic afeta diretamente o crédito bancário. "O mecanismo de transmissão da política monetária sobre o crédito é esse, uma elevação da taxa de juros e moderação do crédito. É claro que há outras influências, como nível da atividade econômica e confiança", afirmou.

O Bradesco, porém, disse que o aumento de 0,25 ponto nos juros não deve ou tenha um impacto significativo na oferta e liberação de empréstimos no final de ano --Nachbar afirmou que o aumento não deve ser repassado pelos bancos ao consumidor.

"O principal componente não é tanto na captação mais cara dos bancos, mas o sinal de confiança para o sistema como um todo. Foi uma decisão bem pensada pelo Banco Central, que tem o desafio de equilibrar o crescimento com a inflação", disse.

Nachbar disse ainda que o banco não sentiu os efeitos da redução do compulsório anunciada pelo BC para estimular o crédito. Ele acredita que o maior impacto, se houver, será no final do ano.

O banco também não precisou usar esse adicional liberado pelo compulsório para comprar carteiras de crédito de outros bancos. A compra de carteiras de crédito consignado, por exemplo, recuou 70,6% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. "Nos próximos dois anos, não teremos dificuldade no enquadramento do compulsório", disse.

BANCO ESPÍRITO SANTO
O lucro do Bradesco só não foi maior porque o banco teve de recolher R$ 598 milhões devido a intervenção no português Banco Espírito Santo. O Bradesco tinha 3,9% do capital do banco português.

O índice de inadimplência acima de 90 dias da instituição foi de 3,6% no trimestre, ante 3,5% no fim de junho e 3,6% em setembro de 2013.

Apesar do leve aumento, o banco não acredita em tendência de crescimento dos calotes ao longo de 2014. "Estamos vendo a inadimplência bastante estável, resultado do nosso mix de crédito com participação maior de consignado e do imobiliário que têm atrasos menores", disse.

As despesas do grupo com provisões para perdas com inadimplência somaram R$ 3,348 bilhões entre julho e setembro, avanço de 16,2% ante igual etapa do ano passado.

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