Pacote de ajustes fiscais elevará para 12% a alíquota do ICMS de artigos isentos, como alimentos, e de 12% para 18% ou até 25% sobre outros produtos de consumo diversos.
O preço de cerca de 95 mil itens será elevado a partir desta quarta-feira no Estado do Paraná. Entra em vigor, neste dia 1º de abril, o pacote de ajustes fiscais, que refletirá na elevação do ICMS de milhares de produtos. Itens isentos de tributação serão taxados em 12% ou 18%, outros com 12% de alíquota terão 18%, e alguns com 18% terão a taxa elevada para 25%. Isso deverá refletir em uma alta média, no preço final dos produtos, de aproximadamente 7,3%, segundo o presidente da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), Darci Piana, e deverá se refletir numa retração do consumo, gerando temor de desemprego.
Produtos como arroz, feijão, frutas, leite, carnes congeladas, que tinham ‘isenção’, agora serão taxados em 12%. Alguns tiveram o imposto mantido em 12% (como hortifrutigranjeiros, animais vivos, farinha, tijolo, telha, madeira, entre outros), mas outros diversos subiram de 12% para 18%, como materiais escolares, rações, fármacos, higiene pessoal, calçados, móveis e eletrodomésticos, entre outros. Alguns produtos específicos, como um tipo de caderno, era isento e agora terá imposto de 18%. De 18% para 25% subiu a alíquota sobre armas e munições, perfumes e cosméticos, entre outros.
O empresário Alvaro Torres, proprietário da Verbo Livraria, acredita que a alta do imposto deverá refletir em uma alta de 5% a 10% nos produtos do setor, e afirma que irá impactar de forma direta nas vendas, sem estimar, no entanto, as dimensões da retração. “Estamos pagando a incompetência de todos os governos, de todas as esferas. Essa mudança vai representar mais uma alteração nos valores; no ano passado a simplificação tributária já elevou os preços entre 20 e 30%”, diz.
“Se o custo é mais alto, imagino que os comerciantes, na medida em que o mercado absorva, vão repassar. O que está ocorrendo é o que o Paraná, com essas medidas, está equalizando e igualando as alíquotas de outros estados, especialmente São Paulo”, afirma o Diretor de Assuntos Econômicos da Acipg, Weliton da Silva Barreiros. Para ele, o brasileiro é ‘sensível’ a preço e as vendas deverão cair. “Com a perspectiva de emprego menor, o IBGE divulgou redução de renda, efeito do desemprego, pessoas endividadas e o crédito mais caro, com essa alta, seguramente o consumo vai sentir o efeito”, completa.
Outro setor afetado será dos combustíveis. O preço de etanol e da gasolina terá a alíquota elevada de 28% para 29%. Contudo, esse 1% não deverá ser repassado pelos empresários, segundo o vice-presidente da associação dos operadores de combustíveis da região, Hélio Sacchi. Já o preço do botijão de gás deverá subir até R$ 4, com a alíquota passando de 12% para 18%.
Governador se pronunciará hoje O ‘G7’, grupo representativo das principais entidades patronais do setor produtivo (Fiep, Fecomercio, Faep, Faciap, Fetranspar, Ocepar e ACP), entregou, no dia 16, uma pauta de reivindicações ao governo. Nesta terça, Beto Richa deverá se posicionar sobre quais pontos de projeto o governo poderá acatar. Ou seja, algumas mudanças poderão ser realizadas nas tributações antes do reajuste, que ocorre amanhã.
Tarifaço aumenta preço de 95 mil itens nesta quarta - Imagem: Reprodução
Escrito por Da Redação
Publicado em 31.03.2015, 10:26:00 Editado em 27.04.2020, 20:01:22
Siga o TNOnline no Google NewsContinua após publicidade
continua após publicidade
Deixe seu comentário sobre: "Tarifaço aumenta preço de 95 mil itens nesta quarta"