O presidente mundial da Shell, Bem van Beurden, afirmou nesta quinta-feira (23), após se reunir no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff, que ele analisa os eventuais “riscos” para a empresa na exploração, ao lado da Petrobras, do petróleo da camada do pré-sal no Campo de Libra, na Bacia de Campos (RJ e ES).
Segundo ele, o receio se deve às sucessivas denúncias de irregularidades envolvendo a estatal do petróleo reveladas na Operação Lava Jato.
Além da Shell e da Petrobras, compõem o consórcio do Campo de Libra – a maior reserva de petróleo conhecida do Brasil – as multinacionais Total, CNPC e CNOOC. Libra fica na Bacia de Santos, a 170 km do litoral do estado do Rio de Janeiro.
Tem cerca de 1,5 mil quilômetros quadrados – a maior área de exploração do mundo, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP). “É óbvio que, dada a forma como o escândalo [na Petrobras] se desdobrou, temos, por isso, examinado com muita atenção, muito nitidamente, os riscos para o projeto de Libra e também para outros projetos no Brasil”, disse van Beurden no Palácio do Planalto.
Alvo de um esquema de corrupção que cobrava propina de fornecedores, a Petrobras perdeu valor de mercado desde que as denúncias vieram à tona no ano passado. As suspeitas de irregularidades provocaram a troca da cúpula da empresa e motivaram fundos de investimentos dos Estados Unidos e da Europa a ingressarem na Justiça para reivindicar indenizações em razão de supostos prejuízos causados aos investidores da Petrobras.
Somente nos Estados Unidos já foram registradas pelo menos 11 ações coletivas contra a estatal. Segundo o presidente da Shell, o encontro com a presidente Dilma serviu para que ele a informasse sobre os planos da empresa no Brasil, a “confiança” da companhia no país e a “reafirmação” do “forte interesse” da multinacional em investir a longo prazo no Brasil.
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