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Protestos contra terceirização e ajuste fiscal atingem todos os Estados

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Metalúrgicos, bancários, petroleiros, motoboys, motoristas e cobradores de ônibus, metroviários, professores, entre outras categorias profissionais, fazem protestos nesta sexta (29) contra o projeto de terceirização, que será

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 29.05.2015, 16:59:00 Editado em 27.04.2020, 19:59:36
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Metalúrgicos, bancários, petroleiros, motoboys, motoristas e cobradores de ônibus, metroviários, professores, entre outras categorias profissionais, fazem protestos nesta sexta (29) contra o projeto de terceirização, que será votado no Senado, e contra as medidas de ajuste fiscal, já aprovadas no Congresso, que restringem direitos trabalhistas e previdenciários.
O Dia Nacional de Paralisação e Manifestações foi organizado por sindicatos ligados a CUT, CTB, Conlutas, CSB, Intersindical e Nova Central e movimentos sociais como MST. Segundo a direção da CUT, em todos os Estados e DF houve algum tipo de ato, protesto, manifestação ou paralisação.
Não há um número consolidado de quantos trabalhadores e militantes aderiram aos protestos, mas desde o início desta sexta (29) estradas foram bloqueadas, montadoras e fábricas foram fechadas, agências bancárias interromperam atendimento, além de outras manifestações.
A maior parte dos protestos foi concentrado no período das 6h até as 12h30. Em algumas regiões, a paralisação dura o dia todo.
Na região do ABC paulista, 50 mil metalúrgicos que trabalham em montadoras e autopeças de quatro cidades -São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra- cruzaram os braços, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Os trabalhadores da Volkswagen, Scania, Merdeces-Benz e Ford aderiram ao protesto e a produção dessas montadoras está paralisada o dia todo, de acordo com os sindicalistas. Eles saíram em passeata das fábricas e fizeram ato em frente à igreja matriz de São Bernardo, na região central da cidade.
Os metalúrgicos também pedem a adoção do PPE (Programa de Proteção ao Emprego), proposta que prevê que, em tempos de crise, os trabalhadores sejam afastados, mas sem demissões, mantendo o vínculo com a empresa e recebendo salários com jornada reduzida. A proposta em estudo prevê 15% de redução salarial e 30% da jornada.
ATO NA FIESP
Na região da avenida Paulista, no sentido Paraíso, também houve protesto e um grupo de trabalhadores se concentrou em frente ao prédio da Fiesp, federação das indústrias, por volta de 9h. Cerca de 600 manifestantes, entre motoboys, motoristas de ônibus, bancários e comerciários aderiram ao protesto, segundo Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores).
Outro grupo de manifestantes interditou parcialmente a rua Venceslau Brás, na altura da praça da Sé, na região central da capital paulista. Na marginal do Pinheiros, manifestantes também interromperam o acesso de veículos e, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o trânsito na cidade de São Paulo foi prejudicado, principalmente na parte da manhã.
Cerca de cem agências da capital, localizadas no centro e na avenida Paulista ficaram fechadas ou com atendimento parcialmente interrompido, informou o Sindicato dos Bancários de São Paulo.
O acesso aos caixas eletrônicos foi bloqueado em apenas parte delas. Procurada, a Febraban, federação que representa os bancos, ainda não se pronunciou.
PROFESSORES, ESTUDANTES E TRABALHADORES DA USP
Em greve há 80 dias, segundo a CUT, os professores estaduais realizaram assembleia na tarde desta sexta (29) no vão-livre do Masp e de lá seguem em caminhada até a praça da República onde, a partir das 17h, ocorre ato unificado do funcionalismo público e de movimentos sociais.
Os professores reivindicam aumento de 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior.
Estudantes e trabalhadores da USP (Universidade de São Paulo) também aderiram aos protestos com atos em frente ao portão principal da instituição, bloqueando a avenida Afrânio Peixoto, na zona oeste de São Paulo.
Depois, o grupo caminhou e interditou a rodovia Raposo Tavares, nos arredores da universidade.
Quando os manifestantes caminhavam pela avenida Vital Brasil, próxima à estação Butantã, da linha 4-amarela do Metrô, houve um princípio de tumulto. Policiais atiraram bombas e balas de borracha nos manifestantes.
O Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) alega que a manifestação ocorria pacificamente quando a "força policial reprimiu duramente o ato". "Os policiais atiraram bombas, balas de borracha e gás lacrimogêneo e agrediram dezenas de estudantes e trabalhadores, deixando vários feridos, entre eles duas mulheres espancadas, uma funcionária, e uma estudante que levou um soco no rosto, jogada no chão e pisoteada pelos policiais."
De acordo com o sindicato, um estudante do curso de Ciências Socais da USP foi detido pela polícia e levado para 34° DP com "a cabeça enfaixada em função dos ferimentos causados pela polícia". "Denunciamos a repressão policial e exigimos a imediata libertação do estudante detido de forma arbitrária por motivos políticos", informou o Sintusp.
OUTRAS REGIÕES
Aproximadamente 14 mil metalúrgicos na região de São José dos Campos participaram do dia de protesto, afirmou o sindicato da categoria.
Sindicalistas informam que a paralisação é de 24 horas na General Motors, Avibras, TI Automotive, MWL e Blue Tech. Houve ainda atraso de três horas na entrada do primeiro turno da Embraer e paralisações parciais em outras fábricas.
"Os trabalhadores estão indignados com todos esses ataques aos direitos. A presidente Dilma e o Congresso Nacional estão fazendo o papel de defensores dos patrões, e isso nós não vamos aceitar. O próximo passo é construir uma greve geral", afirma o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.
Os protestos também afetaram a rodovia Anchieta, na altura do km 40, no sentido litoral paulista, Na Baixa Santista, houve congestionamento na altura do km 52 ao 55 até o início da tarde desta sexta (29). No sentido São Paulo, os motoristas encontraram filas do km 63 ao km 56, reflexo da manifestação na rodovia Cônego Domênico Rangoni.
De acordo com a Ecovias, concessionária que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, a rodovia Cônego Domênico Rangoni, sentido Guarujá, e rodovia Padre Manoel da Nóbrega também tiveram tráfego lento, reflexo da manifestação.
Os petroleiros não fizeram a troca de turno na refinaria da Petrobras, em Paulínia, na região de Campinas, em adesão aos atos contra contra o projeto de lei que amplia a terceirização no país. Os trabalhadores do período noturno permanecem nas operações da refinaria até a próxima troca de turno, prevista para as 15h, segundo a CUT.
PELO PAÍS
Os usuários de metrô em Belo Horizonte também ficaram sem transporte, e segundo o sindicato da categoria a promessa é de paralisação durante 24 horas.
Em Porto Alegre, apesar de uma decisão judicial que proíbe a realização de piquetes, funcionários do metrô e de ônibus da região interromperam o expediente.
Na Bahia, manifestantes fecharam parcialmente o km 522 da BR 324 em Feira de Santana. Em Cruz das Almas, o km 22 da BR 101 foi totalmente interditado por volta de 8h30.
Em Vitória (ES), houve protestos em frente ao campus da Universidade Federal do Espírito Santo.

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