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Após 3 meses no topo, ouro e fundos cambiais são piores aplicações no mês

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após três meses na liderança, o ouro e os fundos cambiais foram as aplicações com os piores desempenhos em junho, segundo o ranking da Folha de S.Paulo, acompanhando a queda de 2,29% do dólar no período. O levantamento computa

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 30.06.2015, 20:32:50 Editado em 27.04.2020, 19:58:33
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após três meses na liderança, o ouro e os fundos cambiais foram as aplicações com os piores desempenhos em junho, segundo o ranking da Folha de S.Paulo, acompanhando a queda de 2,29% do dólar no período. O levantamento computa o desempenho no mês e desconta Imposto de Renda. Vale destacar que, quando há perda, o IR não é cobrado.
O ouro teve perda acumulada de 2,47% no mês. Nos últimos 12 meses, porém, subiu 26,48%. O ouro é isento de Imposto de Renda para movimentações até R$ 20 mil. Os fundos cambiais tiveram alta de 34,17% em 12 meses (após desconto de IR, que é de 17,5% na categoria), mas no mês, caíram 2,10% -não houve desconto de IR por causa do desempenho negativo.
O fundo cambial, que costuma ter custos elevados de taxa de administração, é uma forma de proteção para pessoas com despesas programadas em dólar -como um filho que mora no exterior. Mas, fora dessa circunstância, não é recomendado por consultores como alternativa a pequenos investidores, uma vez que o preço do dólar oscila muito e as taxas de juros, que remuneram a renda fixa, estão elevadas.
A melhor aplicação em junho foi em fundos DI -que investem principalmente em títulos públicos e privados pós-fixados. No período, o ganho foi de 0,77%, seguido pelo avanço de 0,74% dos fundos de renda fixa. Em 12 meses, essas aplicações ganharam 9,88% e 10,30%, nesta ordem. Os avanços consideram desconto de IR, que é de 17,5% em ambas as modalidades.
A inflação medida pelo IPCA (índice oficial) é de 8,47% nos 12 meses encerrados em maio. Para junho, a projeção é de 0,72%, de acordo com a mais recente pesquisa semanal do Banco Central com economistas (o Boletim Focus).
Além do desempenho no mês, que ajuda a identificar as principais influências momentâneas sobre os investimentos, o retorno em 12 meses é considerado no levantamento da Folha de S.Paulo como forma de avaliar o desempenho dos investimentos em um prazo maior.
Manter uma aplicação por pelo menos um ano também reduz a alíquota de IR a pagar. Vale destacar ainda que a rentabilidade passada não é garantia de rendimento futuro.
DÓLAR E RENDA FIXA
A desvalorização de 2,29% do dólar no mês reflete principalmente a expectativa de entrada de novos recursos no Brasil, na esteira do aumento no juro básico do país (Selic), segundo operadores.
A avaliação é que há liquidez em excesso no mundo, com programas de estímulo no Japão e na Europa, e que os estrangeiros devem continuar, ao menos no curto prazo, a aplicar em países com taxa de juros mais elevadas, em busca de retornos mais atraentes. Tanto na Europa quanto nos Estados Unidos os juros permanecem em patamares baixos.
Além de estimular a queda do dólar, o aperto monetário também vem favorecendo os fundos de renda fixa. Esses produtos aplicam em títulos cuja remuneração acompanha a tendência do juro básico, ou que estão atrelados à própria Selic.
No início do mês, o Banco Central confirmou o que era esperado pelo mercado e elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Foi a sexta alta seguida desde a reeleição de Dilma Rousseff, no fim de outubro.
Os economistas Marco Maciel e Marco Caruso, do Banco Pine, ainda veem espaço para novas elevações do juro básico em 2015. "Se de fato o Banco Central pretende continuar o ciclo de alta dos juros até seus modelos sugerirem a convergência do IPCA para o centro da meta em 2016, então as nossas estimativas sugerem a necessidade de perseverança pelo BC no ritmo atual até 14,75% ao ano", disseram.
O centro da meta do governo para a inflação oficial é de 4,5% no ano, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Carlos Pedroso, economista sênior do Banco de Tokyo-Mitsubishi, acredita que "há uma boa chance de que a Selic em 14% ao ano possa ser suficiente para trazer a expectativa do BC para a inflação em 2016 a 4,5%, alcançando a meta do governo."
BOLSA
A Bolsa teve desempenho ligeiramente positivo no mês de junho. O Ibovespa, o principal índice do mercado acionário brasileiro, subiu 0,61% no período e, em 12 meses, houve leve queda de 0,14%.
Com isso, os fundos de ações livre -opção para o pequeno investidor que quer aplicar em Bolsa- tiveram ganho de 0,12% no mês. Em 12 meses, registraram alta de 1,79%. Ambos os dados consideram desconto de IR, de 15% na categoria.
Analistas ressaltaram que os mercados de ações brasileiro e global foram fortemente impactados neste mês pelo impasse entre Grécia e seus credores internacionais, especialmente nesta última semana do mês, conforme se aproximou a data-limite para o pagamento da parcela de 1,6 bilhão de euros que o governo grego deve ao FMI (Fundo Monetário Internacional).
Os países da zona do euro rejeitaram o pedido de socorro de última hora feito pela Grécia nesta terça-feira (30) para evitar o calote da dívida. Os ministros de Finanças do bloco da moeda única, que tem 19 países incluindo a Grécia, fizeram uma reunião de emergência por teleconferência para avaliar o pedido. A resposta foi negativa.
Com isso, foi inevitável o não pagamento da dívida, que venceu nesta terça, deixando a Grécia a partir desta quarta (1º) sem ajuda externa pela primeira vez em cinco anos.
"A Bolsa brasileira tem negociado com volume muito baixo. Os investidores estão na defensiva, já que não há notícias positivas tanto internamente quanto no exterior. Há a percepção de que a economia brasileira está indo mal e isso não deve mudar no curto prazo. Por isso, a Bolsa deve continuar andando de lado", disse Marcio Cardoso, sócio-diretor da corretora Easynvest.
OURO
A alta do ouro em 12 meses se deve basicamente à valorização do dólar no Brasil neste período, e a queda do metal em junho também está relacionada com a desvalorização da moeda americana no mês, segundo Edson Magalhães, diretor da corretora Reserva Metais.
"O preço do metal no Brasil leva em conta, entre outras variantes, o valor do dólar em relação à moeda nacional. Logo, quando o dólar sobe, o ouro tende a subir também, e vice-versa", explica Magalhães. Segundo ele, a deterioração do cenário macroeconômico tanto no Brasil quanto no exterior cria condições favoráveis ao desempenho do ouro no longo prazo, uma vez que a tendência de alta do dólar sobre as moedas emergentes continua.
"Trabalhamos com um cenário de dólar entre R$ 3,35 e R$ 3,40 no fim do ano. Se isso ocorrer, há espaço para o ouro subir em torno de 10% até dezembro", disse. "Os investidores têm ampliado suas compras desse tipo de metal, uma vez que o investimento é visto como uma aplicação mais segura, especialmente em períodos de instabilidade econômica", completou.
Para investir em ouro, é possível comprar contratos negociados na BM&FBovespa, que são padronizados em 250 gramas. O grama hoje está R$ 121,9. Quem quiser comprar uma barra terá de desembolsar R$ 30.475. Há corretoras, porém, que oferecem contratos com quantidades menores do metal.
O metal é considerado uma opção segura de investimento e, por isso, é mais procurado em momentos de instabilidade no mercado financeiro, como o atual.

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