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Ópera de Nova York e sindicatos chegam a acordo para resolver crise

ISABEL FLECK NOVA YORK, EUA - O Metropolitan Opera (Met) de Nova York chegou a um acordo com os dois principais sindicatos de trabalhadores do local na madrugada desta segunda-feira (18), evitando a paralisação das atividades a cerca de um mês do início

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.08.2014, 12:38:00 Editado em 27.04.2020, 20:10:30
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ISABEL FLECK
NOVA YORK, EUA - O Metropolitan Opera (Met) de Nova York chegou a um acordo com os dois principais sindicatos de trabalhadores do local na madrugada desta segunda-feira (18), evitando a paralisação das atividades a cerca de um mês do início da temporada 2014-2015 de espetáculos.
Depois de uma noite de negociações intensas, o acordo foi anunciado pela vice-diretora do Serviço Federal de Mediação e Conciliação, Allison Beck, que não deu detalhes sobre seus termos.
Os sindicatos e a direção do Met discordavam sobre os cortes que devem ser feitos no orçamento para equilibrar as contas da casa, que enfrenta uma das maiores crises financeiras de sua história.
Diante de um deficit de US$ 2,8 milhões na temporada 2012-2013 e da previsão de um prejuízo "expressivamente maior" na temporada encerrada no mês passado, a direção do Met propôs cortes de cerca de 17% nos salários e redução de alguns benefícios.
A proposta foi recusada inicialmente pelos 16 sindicatos de trabalhadores do local, e o diretor-geral do Met, Peter Gelb, ameaçou impedir músicos e outros funcionários sindicalizados de trabalhar se não aceitassem o acordo até a meia-noite de domingo (17).
"Estas foram negociações altamente difíceis e complexas, e gostaria de elogiar as partes pela sua determinação em abordar múltiplas questões", disse Beck, em comunicado. "Somos gratos por seu compromisso e, principalmente, porque o Metropolitan Opera, uma das instituições culturais mais importantes do mundo, continuará oferecendo óperas excelentes para que todos possam desfrutar", completou.
Os dois sindicatos que chegaram a um acordo com a direção foram o Local 802, que representa os membros da orquestra, e o American Guild of Musical Artists, que representa o coro, os cantores e diretores de palco.
"Depois de muitas horas de deliberações, hoje chegamos a uma proposta de acordo, que ainda precisa ser aprovado pelo conselho executivo do Local 802 e ratificado pelos músicos da orquestra do Met", especifica Tino Gagliardi, presidente deste sindicato, em nota.
O Met ainda precisa chegar a um acordo com o terceiro maior sindicato, o Local 1, do qual fazem parte os funcionários responsáveis pela montagem dos cenários (eletricistas, carpinteiros). O Local 1 não fazia parte das conversas com esses mediadores. Para estes funcionários e de outros sindicatos que ainda não aceitaram os termos do Met, a direção da ópera estendeu os contratos até a meia-noite desta terça.
FINANÇAS
A crise no Met já vinha se anunciando há algum tempo. Enquanto, desde 2008, no início da crise financeira nos EUA, as despesas aumentaram, em média, 3,5% por ano, a bilheteria registrou queda de 1% ao ano.
Segundo a direção, as vendas, que somaram 92% do total de ingressos em 2008, só representaram 79% da ocupação total da casa em 2013. As doações caíram 12% desde 2006. Em dezembro de 2012, o Met chegou a vender US$ 100 milhões em títulos para refinanciar uma dívida de US$ 63 milhões.
O cenário traçado recentemente pelo diretor-geral, Peter Gelb, era apocalíptico: em três anos, sem cortes drásticos, a casa pode ter que declarar falência.
O diretor defendia que enxugar a folha de pagamento é indispensável, já que quase 80% do orçamento de US$ 326,8 milhões do Met em 2013 foi gasto com salários e benefícios.
Para os sindicatos, o que levou à crise foi a gestão equivocada de Gelb, desde 2006, com gastos excessivos em produções e novos projetos -como a transmissão da ópera em cinemas pelo mundo, que exigiram mais investimentos.
Um "campo de papoulas" usado na montagem de "Príncipe Igor", de Borodin, no primeiro semestre, acabou se tornando o símbolo do debate, por causa de seu custo: US$ 169 mil (cerca de R$ 385 mil).
Em 2013, quase 50% da receita de US$ 324 milhões do Met veio de doações, e 28%, de bilheteria.

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