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Fundador dos Mutantes, Dias segue arrastando fãs em todos os cantos

Precursor do Tropicalismo junto com o irmão Arnaldo Baptista e Rita Lee, Sérgio Dias consagrou seu nome na história do rock nacional. A história começa ainda em 1964 com a banda The Wooden Faces, passando pela Six Sided Rockers até chegar oficialmente aos

Da Redação

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Fundador dos Mutantes, Dias segue arrastando fãs em todos os cantos
Icone Camera Foto por Foto: Divulgação
Escrito por Da Redação
Publicado em 30.08.2014, 09:18:00 Editado em 27.04.2020, 20:09:54
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Precursor do Tropicalismo junto com o irmão Arnaldo Baptista e Rita Lee, Sérgio Dias consagrou seu nome na história do rock nacional. A história começa ainda em 1964 com a banda The Wooden Faces, passando pela Six Sided Rockers até chegar oficialmente aos Mutantes dois anos depois. Divergências musicais, conflitos internos e o uso de drogas pesadas marcaram a trajetória de uma das bandas mais populares e reconhecidas no cenário musical brasileiro e internacinal, que chegou ao fim oficialmente em 1978.


Foto: Guilherme Novaes - Veja mais AQUI

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Depois de um hiato de 28 anos, Sérgio Dias, guitarra e voz, resolveu voltar aos palcos, desta vez sozinho. Mesmo sem Rita Lee e Baptista, a banda lançou mais dois discos de estúdio que, além de elogiados pela crítica, de certa forma, demonstram a força criativa da banda. Na entrevista a seguir, Sérgio Dias, único integrante original dos Mutantes, fala sobre a fase atual e relembra momentos pôlemicos de sua carreira.

Uau! - Depois de quase 30 anos longe dos palcos, o primeiro registro da “volta” da banda foi o disco ao vivo em Londres, em 2006, feito fora do Brasil. Mesmo depois de tanto tempo, a recepção dos shows têm a mesma intensidade?

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Sérgio Dias - Sim. É impressionante. Tocamos em Singapura (Ásia), Austrália, Europa e Estados Unidos e foi uma coisa louca. Jamais esperava a recepção que foi. No Barbican (Londres) em 2006 mesmo achei que seriam um ou dois shows, no máximo, mas o negócio cresceu e não parei mais.

Uau! - A “Volta dos Mutantes” também foi alvo de algumas críticas, muita gente disse que era oportunismo e que só voltaram pelo dinheiro. Esse tipo de crítica ainda afeta vocês de alguma forma?

Sérgio Dias - Nem um pouco! Eu adoro quando isso acontece, porque o tempo passou e eles têm que calar a boca, né? Quantos passaram por isso, até a Rita Lee passou. Ela chegou a falar que estávamos fazendo show para pagar a conta do geriátra. Pegou mal isso, né? Pegou mal diantes das pessoas que não acreditam nisso. O nome ‘Mutantes’ é ainda muito forte. As críticas nossas lá fora, dos últimos discos, são sempre de 5 a 4 estrelas. A recepção é muito positiva.

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Uau! - Depois do Barbican houve mais dois discos - “Haih or Amortecedor” (2009) e “Full Metal Jack” (2013), discos que tiveram boa recepção. Criar se torna mais fácil depois de tanto tempo?

Sérgio Dias - Pra mim é a mesma coisa. Eu mesmo nunca parei de compôr e tocar, mesmo sendo “Mutantes” não é tão diferente. Eu sei onde estou pisando, sabe? Eu sei o que significa o nome, sei que a “mágica” está presente. Quando voltamos, a primeira coisa que pensei era em fazer discos novos, senão, não haveria o menor sentido ficar em uma banda morta.

Uau! - Das bandas e artistas nacionais de hoje, tem alguma em especial que te chama atenção?

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Sérgio Dias - Acabei de ouvir o trabalho de uma cantora chamada Michelle Pucci, gostei muito. Muito bonita a intenção que ela colocou lá, achei bem “avant-garde”. Bandas atuais não têm ouvido muitas. Não moro no Brasil, então, é um pouco complicado.

Uau! - Hoje em dia, com novos canais para compartilhar música, é mais fácil para um artista divulgar seu trabalho? Você vê essas “facilidades” como positivas?

Sérgio Dias - Eu vejo o contrário. É muito mais difícil hoje, sabe? Seu trabalho fica muito diluído em um grande “mar” de músicas. Antigamente, a indústria existia e nela trabalhavam pessoas que gostavam de música. Então, era uma coisa que funcionava, os empresários eram pessoas que tinham música no sangue. Uma gravadora na qual o presidente goste de música, hoje em dia, é algo raro de achar. Tem muitos “labels” e selos, mas acho mais difícil, principalmente porque, economicamente, não há retorno. Se você gasta dinheiro pra fazer um disco e não tem retorno disso, como você consegue grana pra fazer um próximo disco? O próprio público acha legal compartilhar as músicas, mas não sabe que o artista precisa ter um retorno.

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Uau! - Em 1973, o Mutantes participou de um festival em Cambé. Tem alguma história que você lembra desse dia?

Sérgio Dias - (risos) Lembro sim. Como não lembrar, né? Acho que foi a única “bad trip” que tive na minha vida. Tomei um ácido preto antes do show, passei mal, sofri pra caramba. Mas antes de subir ao palco deu uma energia muito legal, fiquei ótimo. Era um dia bem quente, as pessoas estavam todas “em transe”. Me lembro de um momento em que eu estava assim “fora do ar”. Aí veio um cara e me deu um beijo na boca (risos). Eu não entendi nada. Mas assim, o amor que ele me passou, me colocou de volta no centro. Sou muito grato a ele pela energia.

Uau! - Você é um cara muito saudosista?

Sérgio Dias – Não. Eu odeio esse pensamento. Quero viver o agora, o futuro não me pertence. Nós não temos controle sobre o tempo. Essa coisa de ficar olhando pra trás, não é comigo. Eu sou o resultado de tudo o que aconteceu, o que está sendo feito hoje. Está tudo bem.

Uau! - E para o futuro? Algum novo álbum?

Nós faremos um próximo álbum, provavelmente em 2015. No próximo semestre, irei pro meu estúdio em Las Vegas e começaremos a fazer alguma coisa. O processo geralmente é mais coletivo, é preciso ter um “input', sabe? E as coisas vão acontecendo daí.

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