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Medicina: Mitos e verdades sobre a disfunção erétil

A disfunção erétil, popularmente conhecida como impotência sexual, atinge em algum grau cerca de 50% dos brasileiros acima dos 40 anos ou 25 milhões de pessoas. No entanto, essa incidência massiva não quer dizer que existe um amplo conhecimento de homens

Da Redação

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Mitos e verdades sobre a disfunção erétil Fonte da imagem ilustrativa: www.obaoba.com.br
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Mitos e verdades sobre a disfunção erétil Fonte da imagem ilustrativa: www.obaoba.com.br
Escrito por Da Redação
Publicado em 23.10.2014, 15:59:00 Editado em 27.04.2020, 20:06:36
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A disfunção erétil, popularmente conhecida como impotência sexual, atinge em algum grau cerca de 50% dos brasileiros acima dos 40 anos ou 25 milhões de pessoas. No entanto, essa incidência massiva não quer dizer que existe um amplo conhecimento de homens e mulheres sobre essa doença que cresce anualmente em todo o mundo e possui estreita relação com problemas de saúde epidêmicos como o diabetes e doenças cardiovasculares. No Brasil, o assunto continua negligenciado no ambiente familiar e nas relações íntimas e infelizmente se mantém cercado de muitos tabus.

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Para lançar luz sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) concentrou este ano parte de suas atividades educativas para orientar as pessoas sobre a gravidade da disfunção erétil. Lançou no primeiro semestre a campanha nacional DE VOLTA AO CONTROLE - www.devoltaoacontrole.com.br- e vem reforçando cada vez mais o papel do urologista e de sua equipe multidisciplinar no diagnóstico correto da disfunção erétil e na indicação dos tratamentos adequados.

Abaixo, os urologistas da SBU Archimedes Nardozza e Antonio de Moraes, porta-vozes da campanha DE VOLTA AO CONTROLE, esclarecem ao público os principais mitos e verdades sobre a disfunção erétil.

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1 Ter dificuldade de alcançar e manter uma ereção, esporadicamente ou em raras situações, é um indício de que o homem tem disfunção erétil.

MITO - O fato de o homem eventualmente "falhar na hora H" não significa que tenha disfunção erétil ou impotência sexual. A doença pode estar presente quando há total incapacidade ou inconsistência para se atingir uma ereção ou a tendência de se sustentar ereções curtas é recorrente. A Sociedade Brasileira de Urologista disponibiliza no site www.devoltaaocontrole.com.br/teste um teste preliminar para o homem que está em dúvida se tem a doença. A entidade sempre orienta o homem a se consultar com o urologista, especialista no assunto que poderá atendê-lo com o auxílio de outros profissionais, como psicólogo, cardiologista e endocrinologista.

2 O homem desenvolve a disfunção erétil basicamente por causa do estresse da vida moderna e da ansiedade cada vez mais presente nas pessoas.

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MITO - A disfunção erétil é uma doença de causas múltiplas. Pode estar associada a problemas de ordem psicológica, tais como ansiedade, depressão, fadiga, culpa, estresse, crise de relacionamento, expectativa sobre o desempenho sexual, entre outras. Mas a ereção pode ser afetada por questões orgânicas, como diabetes, doenças cardiovasculares, disfunções hormonais (a exemplo de baixo nível de testosterona), decorrentes de doenças renais e hepáticas, traumas físicos e lesões neurológicas. Outra causa possível é o priapismo, ereção prolongada originada por outros motivos que não o desejo sexual e que pode ser resultado de anemia falciforme, terapias injetável e oral para disfunção erétil usadas de maneira inapropriada e consumo de drogas ilegais. Outro fator de risco é o uso de alguns remédios como antipsicóticos, antidepressivos, anti-hipertensivos, anticonvulsivantes, anfetaminas, antagonistas da histamina, hormônios, opiáceos e medic amentos para doença cardiovascular e de Parkinson. A disfunção erétil também tem vínculos com alcoolismo, tabagismo e distúrbios sexuais como ejaculação precoce, diminuição da libido e até mesmo a Doença de Peyronie (curvatura acentuada do pênis). Pode resultar ainda de cirurgias que interrompam o fluxo de sangue ou inibam terminações nervosas (prostatectomia radical, ressecção transuretral da próstata, intestinais que envolvem o reto e períneo, de bexiga ou uretra, para a Doença de Peyronie e cirurgias da coluna vertebral).

3 Não conseguir manter a ereção após a primeira ejaculação é um sinal de disfunção erétil.

MITO - Do ponto de vista clínico, quando se consegue alcançar e manter uma ereção firme suficiente para a penetração e para a sustentação da relação sexual até o final, a probabilidade de haver comprometimento físico é muito pequena. Assim, não deve haver motivo de preocupação com uma doença quando ocorrem tentativas de ereção frustradas ou dificuldade para a segunda ereção na mesma noite. O tempo necessário para obter uma nova ereção varia de homem para homem e não há um período definido como normal. De qualquer forma, fatores emocionais podem interferir, por isso é importante observar o desempenho e procurar a avaliação completa de um urologista e de um profissional da área de psicologia especializado em sexualidade.

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4 O urologista é o principal profissional para fazer o diagnóstico completo e adequando da doença.

VERDADE - A consulta com o urologista é indispensável para se analisar o histórico de saúde do paciente e seus hábitos, como prática de atividades físicas, tipo de alimentação e consumo de álcool e de drogas. Para chegar ao diagnóstico, porém, o urologista solicitará alguns exames de avaliação dos sistemas urológico, nervoso, endócrino e vascular, que revelarão as causas do problema. Em geral, são feitos exames de dosagens hormonais e de avaliação do fluxo sanguíneo do pênis, por meio de ultrassonografia. De acordo com o resultado, o urologista poderá sugerir o acompanhamento conjunto de outros especialistas no tratamento ou ainda requisitar a troca de alguns medicamentos que podem estar relacionados ao aparecimento da disfunção erétil. O tratamento será prescrito somente depois de toda essa avaliação. Se não houver causas físicas, o paciente deverá ser encaminhado a um psicólogo, para que sejam identificadas as questões emocionais.

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5 Como acontece em tantas outras enfermidades, na disfunção erétil existe uma linha terapêutica para cada estágio da doença.

VERDADE - Existem tratamentos específicos para cada estágio da disfunção erétil, seja ela de causa orgânica, psicogênica ou mista. Dentre os mais conhecidos e utilizados estão os medicamentos orais, considerados de primeira linha porque são recomendados para a fase inicial da terapia. As quatro substâncias atualmente autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atuam na melhoria do fluxo de sangue para o pênis.  Apresentam taxas de sucesso (ereções suficientes para penetração) que variam de 56% a 84%, embora não funcionem para até 30% dos homens. As bombas a vácuo, pouco utilizadas no Brasil, são outra opção não invasiva à qual os pacientes podem recorrer. São contraindicadas para os casos de problemas de coagulação, anemia falciforme e tratamento com anticoagulantes. Nesta fase inicial, ainda há a alternativa de aplicar supositórios diretamente no canal da uretra. A medicação é absorvida pela parede da uretra e passa a atuar nos corpos cavernosos, promovendo a ereção em cerca de 20 minutos. Menos invasivos que as injeções penianas, os supositórios oferecem resposta satisfatória de 30% a 40% e também são poucos utilizados no país. Não havendo ereção com as terapias anteriores ou se houver contraindicação e efeitos adversos significativos que indiquem a interrupção, os pacientes têm os injetáveis como segunda linha de tratamento. O próprio paciente aplica a injeção diretamente no corpo cavernoso do pênis para estimular o fluxo de sangue para o órgão e a ereção. Devido ao desconforto, dados sugerem a descontinuidade desse tipo de terapia em um ano. A principal causa de abandono do tratamento, a dor no local da aplicação, ocorre em até 40% dos pacientes. Para os pacientes sem sucesso com as terapias clínicas e disfunção erétil irreversível, as cirurgias de implante de próteses penianas são consagradas como uma alternativa definitiva e efetiva para uma ereção artificial para quem sofre do estágio mais grave da doença.

O grau de satisfação chega a 97% e vem sendo cada vez mais utilizado no mundo.  Existem dois tipos de prótese, a maleável (também chamada de semirrígida ou flexível) e a inflável. A semirrígida é composta por duas hastes cilíndricas, flexíveis e dobráveis a 90 graus, que são colocadas dentro do pênis, deixando-o constantemente rígido. Já a inflável é uma prótese que reproduz o preenchimento do pênis, imitando o fluxo sanguíneo natural no momento da ereção. Trata-se de uma tecnologia de inflação (enchimento) e deflação (esvaziamento) totalmente controlável. Ambas as próteses, semirrígida e inflável (dois e três volumes), também são recomendadas para a cirurgia de transgêneros, em que há interesse por um pênis funcional, e para reconstrução peniana em casos de amputação. A suspeita de causas psicológicas também deve ser bem avaliada, pois, durante o procedimento, o corpo cavernoso, que retém o sangue no pênis no processo natural, é dilatado pa ra acomodar as hastes ou os cilindros, sem que haja possibilidade de reversão.

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6 No Brasil, os sistemas de saúde garantem a cobertura de todos os tratamentos disponíveis para disfunção erétil.

MITO - O Sistema Único de Saúde distribui gratuitamente a substância sildenafila, na forma de comprimidos de 20, 25 e 50 gramas. O SUS também cobre a realização da cirurgia para implante da prótese peniana semirrígida. Nenhuma medicação, seja oral ou injetável, é oferecida pela saúde suplementar, os planos de saúde só cobrem a cirurgia para implante da prótese semirrígida. O SUS e os planos de saúde não garantem cobertura de bombas a vácuo, supositórios, injetáveis e implantes infláveis. Vale alertar que o acesso a qualquer terapia contra disfunção erétil deve ser mediante orientação e prescrição do urologista.

7 Os pacientes submetidos a tratamento cirúrgico retomam normalmente a atividade sexual em curto prazo.

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VERDADE - Independentemente do tipo de prótese implantada, cada paciente se restabelece da cirurgia de uma forma diferente, mas o tempo médio de recuperação varia de quatro a seis semanas e da retomada da vida sexual de quatro a oito semanas. Algumas atividades precisarão ser suspensas durante esse período, especialmente as relações sexuais, e é o médico quem definirá o que poderá ou não ser feito nesse tempo. Seguindo à risca as orientações, a retomada da rotina será mais rápida e os resultados da cirurgia, ainda melhores. Após a cirurgia, é necessário treinamento para o correto manuseio da prótese, seja ela semirrígida ou inflável. Se o paciente costumava ter orgasmos antes de receber a prótese peniana (semirrígida ou inflável), continuará a tê-los normalmente. O mesmo vale para a capacidade de ejaculação. É recomendável consultar o urologista sobre os resultados esperados.

Sobre a Campanha Nacional Contra a Disfunção Erétil - De Volta ao Controle

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A Campanha Nacional Contra a Disfunção Erétil - De Volta ao controle é uma ação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com objetivo de conscientizar a população brasileira sobre prevenção e tratamentos disponíveis para a doença, sobretudo nos estágios severo e completo. A ideia é desmistificar o assunto, garantir o acesso à informação sobre todas as soluções disponíveis, fazendo o homem procurar tratamento adequado para recuperação da atividade sexual.

Melhorar a qualidade de vida de milhões de brasileiros com indicação cirúrgica para o tratamento da disfunção erétil também está entre os objetivos da ação. De Volta ao Controle quer esclarecer os benefícios e as vantagens da utilização da prótese peniana inflável para a disfunção erétil irreversível. A finalidade dessa iniciativa é conscientizar a população quanto à importância da ampliação do acesso às alternativas terapêuticas mais modernas para a disfunção erétil irreversível. Com a campanha, a SBU cumpre seu papel de promoção à saúde urológica no país.

Para mais informações, acesse www.devoltaaocontrole.com.br.

Fontes: Campanha Nacional Contra a Disfunção Erétil - De Volta ao Controle: Ketchum e 
Sociedade Brasileira de Urologia: Vithal Comunicação Integrada - 

Sobre a SBU

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) é uma associação científica sem fins lucrativos, representativa dos médicos brasileiros especializados em urologia, especialidade clínica e cirúrgica responsável pelo diagnóstico e pelo tratamento das enfermidades do sistema urinário de ambos os sexos e do sistema genital masculino.

A entidade foi fundada em 13 de maio de 1926 e possui hoje 27 seccionais espalhadas pelo Brasil, com a função de coordenar e monitorar a atividade urológica nas unidades federativas. A SBU congrega cerca de 90% dos urologistas brasileiros, ou seja, mais de 4 mil profissionais. Aproximadamente 90% dos profissionais são homens. A maioria trabalha na região Sudeste (58%); no Sul, são 16,5%; no Nordeste, 14%; no Centro-Oeste, 8,2%, e no Norte, 3,3%.

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