SÃO PAULO, SP - O pai de Neymar afirmou nesta quarta-feira (1º) ao juiz da Audiência Nacional, Pablo Ruz, na Espanha, que o Real Madrid ofereceu ao Santos 150 milhões de euros (na cotação atual, R$ 464 milhões) pela contratação do atacante, que preferiu ir para o Barcelona, influenciado pelo poder de sedução do clube catalão.
Fontes presentes na declaração do pai de Neymar, que durou mais de duas horas, disseram que ele defendeu alguns dos contratos feitos com o Barcelona, como o de 2 milhões de euros para ser olheiro do clube no Brasil, o que levou o clube espanhol a comprar três jogadores.
O pai de Neymar recebeu vários milhões de euros pela contratação de seu filho na qualidade de representante e defendeu seu papel como agente do craque brasileiro para o juiz que analisa as acusações de crime fiscal e de apropriação indevida na contratação.
O juiz Pablo Ruz convocou o pai do atacante no fim de julho a depor como testemunha no caso de suspeita de fraude fiscal na contratação de Neymar, negociado pelo Santos em 2013. Ele pediu documentos dos valores pagos pelo clube.
Na ocasião, o juiz afirmou no documento que determinou ainda que o pai de Neymar apresentasse documentação "dos valores pagos nos termos dos contratos firmados com o Barcelona... motivados pela instalação na Espanha do jogador Neymar da Silva Santos Junior e sua família e profissionais".
A ação foi ajuizada, em princípio, contra o ex-presidente Sandro Rosell devido ao suposto crime de apropriação indébita na contratação do jogador. Rosell renunciou em janeiro em meio a dúvidas sobre a transparência do negócio.
O atual presidente Bartomeu reconheceu que a contratação custou 86,2 milhões de euros (quase R$ 260 milhões), incluindo pagamentos ao jogador e sua família, e não os 57,1 milhões de euros (aproximadamente R$ 170 milhões) que foram anunciados inicialmente.
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