Por Nelson Barros Neto
SÃO PAULO, SP, 14 de março (Folhapress) - Em nova escalada de ataques a banco na Bahia, o interior do Estado registrou quatro casos somente hoje. Em dois deles, as ações foram simultâneas e houve reféns.
Em Barra (650 km de Salvador), uma quadrilha com cerca de 15 homens armados se dividiu em três grupos e assaltou ao mesmo tempo as agências do Banco do Brasil e do Bradesco.
Os bancos ficam na mesma rua, separados por cerca de cem metros. Enquanto parte da quadrilha rendia funcionários e clientes nos bancos, outros atiravam para o alto, do lado de fora das agências. O grupo fugiu levando reféns, deixados na saída da cidade.
Os demais ataques aconteceram em Muquém de São Francisco (692 km de Salvador), onde um caixa eletrônico do Bradesco foi explodido com bananas de dinamite, e em Ibiassucê (626 km da capital), cenário de explosão em um caixa do Banco do Brasil.
A Polícia Civil do Estado não informou os valores roubados e disse estar em buscas pelos responsáveis.
A onda de ataques a bancos na Bahia superou recorde no ano passado, com 168 casos registrados pelo sindicato estadual dos bancários, ante, por exemplo, 60 casos em 2010.
Em 2013, as ocorrências já chegam a 31 (19 arrombamentos e explosões, dez assaltos e duas tentativas frustradas) - no mesmo período de 2012, foram 51 casos.
Psicológico
O bancário baiano Adolfo Neto, 45, que passou por dois assaltos há dez anos, diz que ainda enfrenta "problemas psicológicos". O irmão Marcio, 37, também bancário, pediu transferência do interior, há oito meses, após um grupo armado com fuzis invadir a agência em que trabalhava.
Para o setor de segurança bancária da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), parte das ações é planejada por facções criminosas, sobretudo de São Paulo, para se financiarem.
"Muitas vezes são as mesmas quadrilhas que se movimentam pelo país. Não são ladrões pés de chinelo, pois precisam de uma logística", afirma o chefe da área na entidade, Ademir Wiederkehr.
A confederação diz que os bancos, com seus "lucros bilionários", deveriam investir mais em segurança.
Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) declarou que não comenta o assunto.
Escrito por Da Redação
Publicado em 14.03.2013, 19:06:00 Editado em 27.04.2020, 20:32:53
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