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NSA cruza dados para montar perfis e burlar lei americana, diz "NYT"

SÃO PAULO, SP, 28 de setembro (Folhapress) - A Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, em inglês) cruza dados de telefones, redes sociais, contas bancárias e do sistema de posicionamento global (GPS) permitindo que se trace o perfil dos usu

Da Redação

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Publicado em 28.09.2013, 15:21:00 Editado em 27.04.2020, 20:24:10
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SÃO PAULO, SP, 28 de setembro (Folhapress) - A Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, em inglês) cruza dados de telefones, redes sociais, contas bancárias e do sistema de posicionamento global (GPS) permitindo que se trace o perfil dos usuários de internet, informou o jornal americano "The New York Times" neste sábado.

A publicação obteve mais uma série de documentos do ex-prestador de serviços Edward Snowden, que desde junho revela detalhes sobre a espionagem exercida pelo governo americano. A descoberta do monitoramento causou constrangimento interno e crise diplomática com alguns países, dentre eles o Brasil.

De acordo com os documentos obtidos pelo jornal, a NSA fez um programa que permite estabelecer 94 perfis de indivíduos e 164 tipos de relacionamento, a partir do cruzamento de metadados de telefones, contas de e-mail, endereços IP, redes sociais, registros bancários e de pagamento de impostos, além do GPS.

Compilando essas informações, a agência consegue identificar os padrões de comportamento dos usuários pesquisados, como os amigos e pessoas relacionadas, laços a entidades políticas ou religiosas, além de monitorar os movimentos.

As informações são obtidas por outros programas usados pela NSA e combinadas no Mainway, que junta os chamados metadados (registros de ligações e conexões) feitos por fibra ótica, parceiros empresariais (como empresas de internet) e hackeando computadores e servidores.

Segundo o documento, o Mainway foi criado em 2009, com a capacidade de compilar dados de 700 milhões de ligações telefônicas por dia. Em agosto de 2011, esse sistema foi reforçado e pôde captar mais 1,1 bilhão de dados diários dos celulares americanos.

No entanto, a intenção da NSA é alcançar 20 bilhões dos "eventos de gravação", como são denominados os metadados usados na pesquisa. A informação está em um documento secreto entregue à Comissão de Orçamento do Congresso americano para que fosse aprovada a verba para a agência.

Americanos

Segundo a agência, o sistema contribuiu para a investigação de cidadãos americanos sem que fosse ferida a Constituição, que garante o sigilo ao conteúdo das comunicações. Fontes dos serviços de inteligência afirmam que os agentes ficavam frustrados quando espiavam um estrangeiro e e encontravam elo com um americano.

Com o Mainway e outras ferramentas de metadados, eles puderam traçar o perfil do americano procurado sem precisar violar o conteúdo de suas comunicações. Isso facilitou as investigações de casos de terrorismo e está previsto no chamado Ato Patriótico, desde que seja feito após decisão judicial.

Não há informações, no entanto, se esse sistema investigou americanos que não tinha envolvimento com o terrorismo, assim como outros programas da NSA. A reportagem do "New York Times" não menciona o alcance do monitoramento em relação aos estrangeiros.

Crise diplomática

A espionagem de dados de internet provocou constrangimento interno ao presidente Barack Obama e uma série de crises diplomáticas. O mandatário cancelou uma visita a Moscou porque o presidente Vladimir Putin concedeu asilo temporário a Edward Snowden, que delatou o monitoramento.

As relações de Washington com a União Europeia também foram abaladas, especialmente com a chanceler alemã, Angela Merkel, que manifestou sua contrariedade durante a visita de Obama a Berlim. No Brasil, a presidente Dilma Rousseff cancelou a visita que faria aos EUA por causa da espionagem a ela e à Petrobras.

Na última terça , Dilma pediu na Assembleia-Geral da ONU chamou a espionagem de "uma grave violação dos direitos humanos e das liberdades civis; de invasão e captura de informações sigilosas relativas a atividades empresariais e, sobretudo, de desrespeito à soberania nacional".

Conforme a brasileira, o Brasil "fez saber ao governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão".

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