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Corregedoria ouve PMs suspeitos de gravar vídeo de baleados agonizando

SÃO PAULO, SP, 16 de abril (Folhapress) - A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo começou na manhã de hoje a interrogar 12 policiais que participaram da ocorrência em que foi gravado um vídeo de suspeitos baleados agonizando no chão. São seis P

Da Redação

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Publicado em 16.04.2014, 14:49:00 Editado em 27.04.2020, 20:16:03
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SÃO PAULO, SP, 16 de abril (Folhapress) - A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo começou na manhã de hoje a interrogar 12 policiais que participaram da ocorrência em que foi gravado um vídeo de suspeitos baleados agonizando no chão.

São seis PMs do 29º Batalhão e seis do 48º, ambos da zona leste da capital paulista. Segundo o coronel Benedito Meira, comandante geral da corporação, eles estão "recolhidos na Corregedoria" para prestarem depoimento individualmente.

"O objetivo nesse momento é tentar identificar quem foi o policial, se é que foi um policial, que fez aquelas imagens, que abominamos, repudiamos. Isso não se faz pra ninguém", afirmou.

Além dos depoimentos, segundo Meira, a investigação poderá pedir a quebra do sigilo telefônico dos policiais e também rastrear de qual dispositivo partiu o vídeo, que foi postado em um perfil no Facebook.

Meia afirma que, se for comprovada a participação de algum dos policiais, mesmo apenas na divulgação do vídeo, o caso será considerado como "falta grave", eles serão presos e podem ser expulsos da corporação.

A Corregedoria também vai investigar a publicação de fotos de três suspeitos mortos pela polícia após invadirem a casa do cantor Márcio Mendes do Trio Los Angeles, em um condomínio de Carapicuíba (Grande São Paulo) na noite de ontem.

"Temos conhecimento que fotos foram tiradas no local e foram postadas, e isso obviamente vai ser objeto de uma nova apuração. A partir desses dois casos que temos conhecimento, temos que reorientar a tropa de que isso não se pode fazer, que é proibido e não aceitamos."

O vídeo foi gravado gravado depois de uma perseguição policial no último dia 8, na Vila Curuçá, na zona leste.

Em um Uno preto roubado dias antes, os suspeitos teriam tentado assaltar um caminhoneiro. Após serem perseguidos, bateram no carro da PM.

No boletim de ocorrência, os policiais dizem que atiraram para se defender, após um dos suspeitos ter mostrado uma arma e desobedecido a ordem para abaixá-la. Os suspeitos não atiraram.

"Vai ficar famoso, ladrão, morrendo", diz alguém no vídeo. Ao fundo, é possível ouvir um som de rádio comunicador e o vídeo também mostra um coturno preto com calça cinza, como o uniforme da PM, se aproximando de um dos rapazes. "Vai demorar aí, caralho? É pra morrer", diz outra pessoa.

Segundo o delegado Adilson Donófrio, um dos suspeitos, vestido de camiseta preta, não identificado, morreu. O rapaz de blusa cinza, Renato de Souza Santos, 25, sobreviveu e está internado no Hospital Santa Marcelina. O terceiro homem, Marco Aurélio Alves de Oliveira, 37, foi atendido e preso em seguida.

Para Donófrio, as imagens dão a entender que são os policiais que estão filmando. "Pelo jeito foi a PM", diz.

A reportagem conversou com uma pessoa que diz ter visto os policiais mostrando as imagens em um telefone celular, na delegacia.

O vídeo, de 43 segundos, foi divulgado pela página "Polícia Do Estado De São Paulo", no Facebook que não é oficial da corporação.

O ouvidor das polícias, Júlio César Fernandes Neves, disse que a filmagem e divulgação do vídeo são "abomináveis, melancólicas e causam repulsa".

"Perderam a noção de humanidade. É lamentável e triste", disse. "Quem soltou esse material precisa ser penalizado. Mancha a imagem da corporação. Ela tem que tirar esse pessoal de seus quadros", completou.

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