RECIFE, PE - O governo de Pernambuco informou no início da tarde desta quinta-feira (15) que só retomará as negociações com policiais e bombeiros militares em greve se a categoria voltar ao trabalho.
"A negociação virá depois que voltarem ao trabalho", afirmou à reportagem o secretário da Casa Civil do Estado, Luciano Vasquez.
Segundo Vasquez, não é possível discutir reivindicações diante de uma greve considerada ilegal ---na noite de quarta-feira (14)-- pela Justiça do Estado.
Um dos líderes do movimento, o soldado Joel do Carmo, esteve na sede do governo de Pernambuco na manhã desta quinta, mas não foi recebido.
A Justiça estabeleceu multa diária de R$ 100 mil para associações e movimentos independentes de PMs e bombeiros que não voltarem às funções. PMs e bombeiros estão aquartelados por todo o Estado --tropas do Exército e da Força Nacional já estão em Pernambuco para reforçar a segurança.
Mas a Aspra, associação de policiais e bombeiros do Estado, ainda não foi notificada. Um oficial de Justiça esteve na sede da associação no Recife na manhã desta quinta-feira, mas não havia nenhum diretor para assinar o documento.
Os PMs de Pernambuco estão em greve desde o final da tarde da última terça-feira (13). Na noite de quarta para quinta houve registros de saques e arrastões, sobretudo em Abreu e Lima, na região metropolitana.
Nesta quinta-feira, o clima é de tensão e medo pelas ruas da Grande Recife. Instituições dispensaram funcionários, comerciantes fecharam as portas e há registro de saques em pontos da região metropolitana, como na cidade de Paulista.
Entre as reivindicações, os PMs pedem aumento salarial de 50% para praças (cabos e soldados) e de 30% para os oficiais. Atualmente, um soldado da PM recebe salário de R$ 2.409, enquanto um coronel, R$ 13,6 mil.
O governo João Lyra Neto (PSB), sucessor de Eduardo Campos (PSB), diz que também não pode negociar reajuste salarial, já que a legislação impede esse tipo de promoção dentro do período de 180 dias antes das eleições.
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