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Anvisa estuda reclassificar droga derivada da maconha

MONIQUE OLIVEIRA E JOHANNA NUBLAT SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF - A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estuda retirar o canabidiol, um dos 80 princípios ativos da maconha, da lista F1, de substâncias proibidas no país, e colocá-lo na lista

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.05.2014, 20:26:00 Editado em 27.04.2020, 20:14:41
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MONIQUE OLIVEIRA E JOHANNA NUBLAT
SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF - A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estuda retirar o canabidiol, um dos 80 princípios ativos da maconha, da lista F1, de substâncias proibidas no país, e colocá-lo na lista C1, de compostos sob controle especial.
O anúncio foi feito nesta quinta (15) por Luiz Klassmann, diretor-adjunto da Anvisa, durante o 4º Simpósio Internacional de Cannabis Medicinal. Oficialmente, entretanto, a Anvisa informa que a proposta ainda será submetida à votação.
"A agência indicou que está disposta a estudar o status da substância sem preconceito", diz Renato Filev, neurocientista da Unifesp e um dos organizadores do simpósio.
"Não queremos contaminar essa discussão com a liberação ou não da maconha", diz Dirceu Barbano, diretor-presidente da Anvisa. "Estamos buscando uma forma de viabilizar [o uso] quando tiver fundamento."
Se o canabidiol de fato for retirado da lista de substâncias proibidas, deverá ter impactos na importação, na prescrição pelos médicos e no registro de medicamentos.
Em nota, o Conselho Federal de Medicina informa que atualmente realiza discussões sobre medicamentos derivados da maconha e deve enviar parecer à comissão que avalia o reconhecimento de novos tratamentos.
Um estudo de revisão publicado pela USP de Ribeirão Preto em 2011 no "Current Drug Safety", analisou 119 estudos feitos com canabidiol em humanos. Segundo o estudo, a droga é segura mesmo em doses mais altas.
"Temos um preceito aqui na USP de que a gente experimenta primeiro qualquer composto dado a pessoas saudáveis", diz José Alexandre Crippa, psiquiatra que comanda os estudos na USP. "Eu já tomei 600 mg de canabidiol e não senti absolutamente nada", diz. "Posso dizer que o composto é seguro."
A USP de Ribeirão Preto estuda o canabidiol desde os anos 1970 e é referência mundial sobre o composto.
Em humanos, a droga já foi testada na universidade, com efeitos positivos, para doença de Parkinson, distúrbios de sono, transtornos de ansiedade e esquizofrenia. E, em ratos, o grupo apontou resultados benéficos para epilepsia, transtorno de estresse pós-traumático e redução do apetite.
O CBD ganhou notoriedade no país, após a família de Anny, 5, que sofre de uma forma grave de epilepsia, fazer campanha nacional para conseguir importar o medicamento. A família trazia o composto de forma ilegal dos Estados Unidos após ter uma das encomendas apreendidas.
Com um laudo médico da USP de Ribeirão Preto, que apontava os efeitos benéficos da droga à criança, entretanto, Anny conseguiu na Justiça o direito de importar e usar o canabidiol. A Anvisa auxiliou a família no processo de importação da droga, que chegou no começo do mês.
Antes do canabidiol, Anny tinha até 80 convulsões por semana e não se alimentava. Segundo a família, hoje, ela tem duas crises por mês e conseguiu ganhar peso.

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