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Após dia de caos, greve da PM acaba em PE

DANIEL CARVALHO E ÁLVARO FILHO RECIFE, ABREU E LIMA E PAULISTA, PE - Após dois dias de paralisação, policiais militares e bombeiros de Pernambuco decidiram terminar a greve no início da noite desta quinta (15). Reunidos em frente à sede do governo, no R

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.05.2014, 21:23:00 Editado em 27.04.2020, 20:14:40
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DANIEL CARVALHO E ÁLVARO FILHO
RECIFE, ABREU E LIMA E PAULISTA, PE - Após dois dias de paralisação, policiais militares e bombeiros de Pernambuco decidiram terminar a greve no início da noite desta quinta (15).
Reunidos em frente à sede do governo, no Recife, os grevistas decidiram encerrar a paralisação, marcada pelo aumento da violência no Estado, com saques e arrastões.
Os PMs pediam aumento salarial de 50% para praças (cabos e soldados) e de 30% para oficiais, entre outras reivindicações. Um soldado da PM recebe R$ 2.409 mensais.
A greve já havia sido declarada ilegal pela Justiça na noite de quarta (14), e o governo João Lyra Neto (PSB) se dizia impedido de conceder reajustes imediatos em razão das restrições da legislação para ano de eleições.
O governo manteve o que já havia proposto: reajuste de 14,55% em junho (acertado em 2011), incorporação da gratificação por "atividade de risco operacional" quando o militar for para reserva, ajustes nos critérios de promoção e melhorias na assistência médica e no hospital da PM.
A categoria recuou diante do recrudescimento da violência e da multa de R$ 100 mil por dia imposta pela Justiça a associações da categoria.
"A sociedade pernambucana não pode pagar o prejuízo", afirmou o soldado Joel do Carmo, um dos líderes do movimento. Ele negou que tenha havido recuo e disse que os PMs continuarão a lutar por aumento em 2015, fora das restrições eleitorais.
Alguns PMs demonstravam insatisfação com o desfecho do movimento. "A comissão [de greve] deve ter sido pressionada. Afrouxaram com medo", disse um PM.
DIA DE MEDO
Na região metropolitana do Recife, o terceiro e último dia da greve foi de saques, pânico nas ruas e aulas, shows e jogos cancelados.
Na capital, um homem desceu de uma moto e deu tiros para o alto para dispersar um grupo que promovia um arrastão no comércio local.
Pedestres que estavam na região saíram em disparada.
Em minutos, um rumor sobre a presença de criminosos se espalhou pela região, e comerciantes se apressaram a baixar as portas das lojas.
A reportagem acompanhou o corre-corre. "A gente desceu do ônibus e estava todo mundo correndo. A gente correu também. A situação está desesperadora", disse a dona de casa Alaíde Souza, 33, assaltada minutos antes.
Esse clima levou à suspensão de aulas e ao fechamento de repartições públicas.
Os alunos da rede estadual de ensino na região metropolitana do Recife não tiveram aulas no turno da noite, e o expediente foi suspenso na Universidade Federal de PE.
Outras instituições, como o Ministério Público do Trabalho, também não funcionaram e, por medida de segurança, cerca de 800 bicicletas de programas de compartilhamento foram retiradas das ruas do Recife.
Para reforçar a segurança, o governo do Estado recebeu reforço de integrantes da Força Nacional de Segurança Pública, pedido pelo governador Lyra Neto ao Planalto.
Veículos do Exército também circularam no Estado.
Esse reforço, porém, chegou um dia após uma onda de saques ao comércio de Abreu e Lima, município localizado na Grande Recife.
Nessa cidade, agências bancárias não funcionaram, e comerciantes locais investiram no reforço da segurança. Alguns instalaram barricadas de ferro para evitar novos arrombamentos.
A greve da PM levou a cenas como essas: um homem morto às 22h em Ipojuca somente teve seu o corpo recolhido da rua 16 horas depois, enquanto, num bairro do Recife, um ladrão foi atingido por tiros que partiram de ocupantes de um carro que passava no momento do assalto.
Em um período de sete horas, sete pessoas foram mortas na Grande Recife, ante média de 4,6/dia em abril.
Segundo a Polícia Civil, que manteve as atividades, 234 pessoas foram presas na Grande Recife durante a greve.

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