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Comerciante é detido após criticar ação de PMs nas redes sociais

MARINGÁ, PR - A Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Maringá pediu ao Ministério Público nesta segunda-feira (25) a instauração de uma ação criminal para apurar as práticas de abuso de autoridade e de peculato por parte d

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.08.2014, 17:30:00 Editado em 27.04.2020, 20:10:12
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MARINGÁ, PR - A Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Maringá pediu ao Ministério Público nesta segunda-feira (25) a instauração de uma ação criminal para apurar as práticas de abuso de autoridade e de peculato por parte de dois policiais militares de Sarandi, no norte do Paraná.

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Sem uniforme da corporação, os PMs algemaram e levaram à delegacia Claudionor Lima, 33, gerente de uma empresa de coleta de lixo urbano, na quinta-feira passada (21), depois que ele postou na página de um site noticioso no Facebook críticas à conduta de um deles em uma blitz de trânsito realizada no dia anterior.

Antes de levar Lima à delegacia, os policiais posaram para fotos com o homem algemado. Depois, as imagens foram compartilhadas pelo aplicativo de celular WhatsApp.

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O presidente da comissão da OAB de Maringá, Fulvio Stadler Kaipers, disse que a prisão de Lima foi ilegal e que os policiais utilizaram o carro da PM "para satisfazer interesses pessoais".

Segundo Kaipers, a prisão por crimes de difamação e calúnia --que os policiais alegam ter sofrido-- só pode ocorrer após determinação judicial.

Ele classificou a ação dos policiais de abusiva e disse que os dois tentaram intimidar a população. "Quiseram estabelecer uma mordaça e impor o medo. Como você vai se sentir seguro com uma polícia assim?", indagou o advogado.

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Segundo Lima, na quarta-feira passada um veículo que pertence à empresa onde ele trabalha foi parado em uma blitz de trânsito. Ele foi chamado ao local pelo motorista, que estava sem o documento do carro e com pneus "carecas".

Ao chegar ao local da blitz, Lima pediu aos policiais que o veículo fosse encaminhado ao pátio da empresa antes da apreensão, já que o carro estava carregado com "material infectante" recolhido em um hospital.

Lima diz que os policiais não quiseram ouvir seus argumentos e recolheram o veículo --que foi retirado do pátio da PM no dia seguinte, após o pagamento de taxas e aplicação de multas.

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Insatisfeito com a conduta de um soldado identificado como Cordeiro, que comandava a blitz, Lima acessou a fanpage do site de notícias "Sarandi Online" e postou o seguinte comentário: "Com puro abuso de autoridade, falta de bom senso por parte dos policiais e principalmente pelo comandante da operação SOLDADO CORDEIRO, que fizeram essa blitz com o único intuito de ferrar trabalhadores, sem o mínimo de bom senso, ao invés de irem atrás de bandidos".

Quase duas horas depois, policiais militares foram à empresa onde Lima trabalha e o chamaram para uma conversa. Na rua, o gerente foi algemado.

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Os soldados Cordeiro e Marcelo Frank Siqueira --conhecido como Rambo-- posaram para fotos com Lima de algemas ao lado do carro da PM. Ao chegar na delegacia, ele foi ouvido e liberado.

Assustado com a situação, Lima que é casado e pai de dois filhos, disse que a direção da empresa onde trabalha estuda adotar providências sobre o caso. "Minha mulher está grávida e ficou muito abalada", disse.

Procurado pela reportagem, o soldado Frank defendeu a ação da dupla e disse que "é fácil criticar a polícia, a gente não tem voz e não tem comando nenhum".

"É fácil criticar o policial dizendo que ele é um abusado. Eu conversei com o rapaz [Lima], que é gente boa, e ele nos pediu desculpas. Serve como exemplo", afirmou.

O comentário de Lima no Facebook provocou mais críticas à atuação da PM. "Muito vagabundo que a gente conhece aproveitou a situação para isso. A maioria já foi identificada", disse Frank.

Ele chegou a comentar na mesma página do Facebook que havia prendido Lima --e ameaçou outro usuário que publicou críticas à PM, dizendo que iria atrás dele. "Não esquemta não (sic) Givan Joyce, já estamos indo", escreveu.

Procurada para comentar o caso, a assessoria de imprensa da PM do Paraná informou que aguarda pareceres oficiais da corporação para se manifestar sobre o assunto, o que deveria ocorrer no final da tarde desta segunda.

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