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Putin pede que Europa tenha bom senso sobre aplicar novas sanções

SÃO PAULO, SP - O presidente russo, Vladimir Putin, pediu nesta segunda-feira (1°) à União Europeia (UE) que tenha "bom senso" e evite uma espiral de sanções mútuas, em sua primeira reação à ameaça de novas punições pela crise na Ucrânia. "Espero que o

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.09.2014, 10:16:00 Editado em 27.04.2020, 20:09:48
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SÃO PAULO, SP - O presidente russo, Vladimir Putin, pediu nesta segunda-feira (1°) à União Europeia (UE) que tenha "bom senso" e evite uma espiral de sanções mútuas, em sua primeira reação à ameaça de novas punições pela crise na Ucrânia.
"Espero que o bom senso prevaleça, que trabalhemos normalmente e que nem nós nem os nossos parceiros tenham que suportar os custos desses ataques mútuos", disse.
Os líderes da União Europeia concordaram no sábado (30) em pedir à Comissão Europeia que elabore mais medidas contra Moscou, que poderiam ser adotadas nos próximos dias, após acusações de que a Rússia estava enviando tropas para o território ucraniano.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko voltou a acusar a Rússia nesta segunda-feira de lançar uma "agressão direta e aberta" contra o seu país, o que teria mudou radicalmente o equilíbrio no campo de batalha entre Kiev e os separatistas pró-russos.
Putin também acusou os europeus de fechar os olhos para as ações militares das forças ucranianas contra áreas civis no leste da Ucrânia. "O Exército ucraniano ataca diretamente bairros habitados", disse Putin em um discurso exibido na televisão.
"E, infelizmente, muitos países, inclusive na Europa, preferem ignorar", denunciou.
"O objetivo das forças rebeldes é provocar o recuo das forças armadas (ucranianas) e da artilharia, para que não possam atirar contra áreas residenciais", disse.
O presidente russo apelou várias vezes a Kiev e aos separatistas pró-Moscou do leste da Ucrânia para que iniciem negociações "substanciais" com o objetivo de acabar com o conflito, que começou em abril.
ALIADOS
O governo da China afirmou nesta segunda-feira que impor mais sanções à Rússia pelo conflito com a Ucrânia "não só não resolverá a crise, mas pode ocasionar novos e complexos problemas", e defendeu a busca de uma "resolução política".
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Qin Gang, disse que "o que agora é urgente é pressionar todas as partes para que atuem de forma restritiva e não levem a cabo ações que possam escalar as tensões".
A China tem adotado uma resposta cautelosa à crise, já que não quer alienar a Rússia, um importante aiado, e evita comentar diretamente sobre o referendo em que Crimeia votou para se juntar a Rússia, para não criar um precedente para suas próprias regiões separatistas, como o Tibete.
A China também quer continuar a desenvolver uma "cooperação amigável" com a Ucrânia, e respeita a independência da ex-república soviética, a sua soberania e a integridade territorial.
Como membro permanente do Conselho de Segurança, a China tem usado seu poder de veto muitas vezes para evitar a imposição de sanções sobre a Rússia.
Em plena crise, além disso, os países assinaram em maio um acordo que garante o fornecimento da Rússia à China de 38 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente a partir de 2018 e nos próximos 30 anos.
A assinatura do acordo, após uma década de negociações, foi interpretada como um sinal da necessidade da Rússia de buscar compradores de gás após as sanções da UE e da decisão da China de se manter à margem do conflito.
A chanceler Angela Merkel reconheceu nesta segunda-feira que decretar novas sanções contra a Rússia poderia atingir a economia alemã, mas disse que não agir em resposta à agressão de Moscou "não era uma opção".
"Aceitar o comportamento da Rússia não é uma opção. Por isso, foi necessário preparar novas sanções", disse em uma coletiva em Berlim.
NEGOCIAÇÕES
Representantes de Kiev, Moscou e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) se reúnem nesta segunda-feira em Minsk para um encontro do Grupo de Contato, mas não foi possível confirmar a presença dos separatistas.
A reunião do Grupo de Contato sobre a Ucrânia de Minsk deveria abordar o início de um cessar-fogo imediato e incondicional no país, afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.
O ministro também descartou uma intervenção militar russa na Ucrânia. "Somos favoráveis a uma solução exclusivamente pacífica desta grave crise, desta tragédia", afirmou.
Lavrov disse ainda que quaisquer novas sanções da União Europeia ou os Estados Unidos iriam forçar a Rússia a proteger sua economia, os cidadãos e as empresas.
AJUDA RUSSA
Cerca de 15.000 soldados russos foram enviados à Ucrânia nos últimos dois meses e várias centenas teriam morrido em combate, disseram nesta segunda-feira à AFP grupos de direitos humanos.
Moscou nega ter mobilizado tropas na Ucrânia para ajudar os separatistas pró-russos nos combates contra as forças ucranianas.
Valentina Melnikova, presidente do Comitê de Mães de Soldados, a principal organização que representa as famílias dos militares, disse acreditar que atualmente há entre 7.000 e 8.000 soldados russos na Ucrânia.
Estes cálculos se baseiam nas informações fornecidas pelas famílias cujos parentes foram enviados a realizar manobras e depois ficaram incomunicáveis.
A Otan calcula que mais de mil soldados russos estão na Ucrânia.
CRISE
A crise Ucrânia começou há nove meses, quando o ex-presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, aliado da Rússia, rejeitou um acordo de livre comércio da UE, desencadeando uma revolta popular em que ele foi derrubado.
Moscou denuncia o novo governo ucraniano por prejudicar os interesses da minoria étnica russa do país e tem sido solidário aos rebeldes separatistas no leste da Ucrânia.
Mais de 2.000 pessoas foram mortas nos combates entre os militares ucranianos e os separatistas.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, eleito em maio, lançou uma ofensiva para retomar as áreas separatistas, mas a Ucrânia e os países ocidentais acusam a Rússia de apoiar militarmente uma contraofensiva.

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