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Americanos detidos na Coreia do Norte pedem que EUA negociem libertação

ISABEL FLECK NOVA YORK, EUA - Três americanos que estão detidos na Coreia do Norte pediram, nesta segunda-feira (1º), que o governo americano mande um enviado especial ao país para negociar sua libertação. Em uma rara entrevista autorizada pelo regime

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.09.2014, 14:08:00 Editado em 27.04.2020, 20:09:47
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ISABEL FLECK
NOVA YORK, EUA - Três americanos que estão detidos na Coreia do Norte pediram, nesta segunda-feira (1º), que o governo americano mande um enviado especial ao país para negociar sua libertação.
Em uma rara entrevista autorizada pelo regime norte-coreano, Jeffrey Fowle, Mathew Miller e Kenneth Bae conversaram rapidamente -e na presença de representantes do governo- com a rede CNN e a Associated Press em Pyongyang.
Bae, um missionário de cidadanias americana e sul-coreana de 46 anos, foi condenado a 15 anos de prisão sob a acusação de participar de um "plano cristão" para derrubar o regime, cometendo "atos hostis".
Fowle, 56, e Miller, 24, estão aguardando julgamento, que, segundo eles, deve ocorrer no próximo mês. O primeiro é acusado de deixar uma bíblia no hotel em que estava hospedado -o proselitismo cristão é considerado crime no país. Miller, segundo o governo de Kim Jong-un, teria rasgado seu visto de turista ao chegar ao país, em abril, e pedido asilo.
"A única esperança que eu tenho é que os EUA enviem alguém. Mas, até agora, o que eu ouvi é que ainda não há uma resposta", disse Bae à AP. "Eu acredito que os funcionários [do governo norte-coreano] estão esperando por isso."
O missionário está cumprindo a pena num campo de trabalho forçado, onde trabalha oito horas por dia, seis dias por semana. Ele diz estar com problemas de saúde, como fortes dores nas costas, e ter emagrecido quase 7 quilos no campo.
Segundo sua família, Bae tem diabetes e problemas no fígado e no coração. Já a CNN diz que ele teria pedras nos rins e pressão alta.
"Eu tenho ido do hospital para o campo e do campo para o hospital no último ano e meio", disse Bae à CNN. Ele, no entanto, afirma estar sendo tratado da forma "mais humana possível" no campo de trabalho.
Bae disse não saber que estava cometendo um crime no país ao atuar como missionário. Miller, por sua vez, afirmou que sabia que estava violando as regras do regime ao rasgar seu visto e pedir asilo.
"Já admiti minha culpa, pedi perdão ao governo", disse Miller, sem querer especificar por que pediu asilo no país. Ele, contudo, se diz "frustrado" por não ter visto qualquer movimento americano para libertá-lo.
Fowle, de Ohio, também disse ter assumido sua culpa. "Quero que vocês transmitam minha situação desesperadora. Tenho uma mulher e três filhos que dependem de mim", disse.
INICIATIVA DO REGIME
O governo americano já propôs mandar ao país seu enviado para questões de direitos humanos na Coreia do Norte, Robert King, a fim de buscar uma anistia para Bae e outros americanos detidos. A proposta não foi aceita por Pyongyang.
As entrevistas desta semana foram uma iniciativa do governo norte-coreano, segundo a CNN. A equipe da emissora estava num "tour" com representantes do regime numa região a cerca de duas hora de Pyongyang, quando souberam que teriam que retornar para se encontrar com um "alto funcionário" do governo.
"As circunstâncias que levaram às entrevistas foram bizarras (...) A equipe entrou numa van rumo a um lugar secreto, onde descobriram que o encontro era com os três americanos", diz a reportagem da CNN.
A ação gerou especulações de que Pyongyang estaria dando sinais de abertura para uma possível negociação com os EUA.
Washington não tem relações diplomáticas com a Coreia do Norte e, sem embaixada no país, as questões consulares envolvendo os EUA são resolvidas por intermédio da embaixada da Suécia.

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