Criado em 1962, o Museu de Anatomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) desperta a curiosidade. A prova disso é o número de visitantes que recebe por ano – uma média de 10 mil. Nos anos noventa, durante o projeto “Conheça UEL”, o local recebeu até 5 mil visitantes em apenas um dia.
A professora Vilma Schwald Babboni, coordenadora do museu e docente do Departamento de Anatomia, destaca que as visitas ao museu têm caráter educativo. “É uma visita técnica, que tem o acompanhamento de professores ou estudantes bolsistas que esclarecem sobre a função do museu, a conservação das peças e sobre a anatomia humana e animal”, explica. Ela acrescenta que o museu possui peças da anatomia animal porque o departamento também atende o curso de Medicina Veterinária.
A maioria dos visitantes, segundo a professora, é do ensino fundamental, médio e profissionalizante de Londrina e região. “Também recebemos alunos do ensino superior e visitas individuais da comunidade”. O museu também dá suporte ao projeto de extensão “Anatomia como agente de interação do processo ensino-aprendizagem”, coordenado pela professora Vilma.
Grande parte do acervo do museu vem de doações de pessoas físicas ou de instituições como hospitais e Instituto Médico Legal (IML). Uma história curiosa é dois fetos, de gêmeas. “Em 1989, uma gestante que estava grávida de gêmeas sofreu um acidente de carro e morreu. O pai dela doou os fetos para o museu, mas isso é coisa muito rara de acontecer”, diz Wilma Schwald.
ACERVO – A professora explica que para uma pessoa doar o corpo para estudos ela precisa expressar esse desejo em vida, devidamente registrado em cartório e na presença de três testemunhas. “Mesmo assim, se a família não aceitar, o corpo não pode ser doado. Nos últimos 20 anos tivemos apenas três doações de corpos nesses termos”.
De acordo com uma lei de 1.982, corpos que chegam a Instituto Médico Legal (IML) sem identificação e não reclamados podem ser doados a instituições de pesquisa, mas mesmo assim o processo é bastante criterioso. “Já a doação de animais silvestres precisa da autorização do Ibama, mas animais domésticos podem ser doados pelos próprios donos”, explica. “Temos aqui gatos com seis patas, bezerros com duas cabeças que não sobrevivem e são doados ao museu para estudo de má-formação genética. Estamos sempre precisando de novas doações para manter o acervo atualizado”, acrescenta.
A preparação das peças, que precisam de manutenção periódica, é feita por servidores do Departamento de Anatomia especializados na área.
.Foto: Gilberto Abelha/UEL
Escrito por Da Redação
Publicado em 21.10.2014, 06:30:00 Editado em 27.04.2020, 20:06:44
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