Avião citado em premonição pousa em Brasília

LEANDRO MACHADO
SÃO PAULO, SP - Pousou em Brasília (DF) na manhã desta quarta-feira (26) o avião do voo 4732 que, segundo um vidente, cairia na avenida Paulista, região central de São Paulo.
O autoproclamado vidente Juscelino da Luz, 54, afirmou que o avião cairia na manhã desta quarta.
Não caiu, mas a viagem, prevista para acabar às 10h12, atrasou cerca de 20 minutos. O voo partiu às 8h30 de Congonhas, na zona sul de SP.
Segundo o co-piloto da aeronave, Rodrigo Granha, o tráfego em Brasília estava intenso. "Tivemos que sobrevoar Ribeirão Preto por 20 minutos até chegar a nossa vez", disse, no sistema de som do avião.
"Temos combustível suficiente", avisou, para alívio dos passageiros. A TAM diz que o atraso ocorreu devido ao grande tráfego aéreo.
A decolagem em Congonhas foi tranquila. Mas passageiros ficaram nervosos. "Quem aqui não está?", questionou o economista Rodrigo Moraes, 40, roendo as unhas enquanto a aeronave subia.
"Fiquei sabendo ontem da previsão, minhas sobrinhas tentaram mudar meu voo, mas não deixei. Não tenho medo", disse Helena Bittar, 74, que mora em Brasília e passava alguns dias na casa de parentes em São Paulo.
"Só achei estranho esse negócio de andar em cima de Ribeirão, nunca vi isso, mas aqui somos todos corajosos, não?", disse Helena.
Assim que o avião subiu, a cidade de São Paulo e, consequentemente, a avenida Paulista, desapareceram embaixo das muitas nuvens.
Se caísse na capital, então, era mais provável que o avião batesse em algum prédio da avenida Luiz Carlos Berrini. "A rota nem passa pela Paulista, viramos à esquerda", disse Ruy Amparo, vice presidente de operações da TAM, que estava presente no voo.
"Vim para me divertir com vocês", disse Amparo. Ele disse que a empresa não tomou nenhuma medida diferente para o voo, e negou que a companhia tenha trocado o avião, como disse o vidente Juscelino. "Tudo dentro da rotina. Temos 27 aviões desse tipo, poderia ser qualquer um."
No voo, havia humoristas do Pânico na TV, da TV Bandeirantes.
O serviço de bordo serviu pão com queijo e peito de peru. "Meus amigos pediram para tirar uma última foto comigo, para guardar de recordação", brincou um comissário. "Mas nervoso, não. Tudo normal"
Ao final da viagem, quando o avião pousou, um repórter de TV bateu palmas, tentando puxar um aplaudo. Poucos passageiros aderiram, no entanto.