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​Para tirar meninos carentes das ruas, artesão de 84 anos ensina marcenaria

Ele tem um olhar sereno, um sorriso fácil e um coração gigante. Sentado em frente ao portão de uma casa de apenas um cômodo, o artesão Luiz Carlos Prates, conhecido como Tio Lu, de 84 anos, recepciona meninos carentes momentos antes de começar a oficina d

Da Redação

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Luiz Prates ensina meninos da Vila Alta,em Paranavaí, a desenhar, pintar e montar peças de madeira (Foto: Luciane Cordeiro/G1 Paraná)
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Luiz Prates ensina meninos da Vila Alta,em Paranavaí, a desenhar, pintar e montar peças de madeira (Foto: Luciane Cordeiro/G1 Paraná)
Escrito por Da Redação
Publicado em 30.03.2015, 11:31:00 Editado em 27.04.2020, 20:01:24
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Ele tem um olhar sereno, um sorriso fácil e um coração gigante. Sentado em frente ao portão de uma casa de apenas um cômodo, o artesão Luiz Carlos Prates, conhecido como Tio Lu, de 84 anos, recepciona meninos carentes momentos antes de começar a oficina de marcenaria, onde ensina a desenhar, pintar e montar diversas peças de madeira. As aulas são em uma sala de 25 m², no terreno da casa.

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Formado em artes plásticas pelo Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, Prates ensina os meninos do bairro Vila Alta, o mais pobre de Paranavaí, no noroeste do Paraná. Para isso, ele não recebe salário ou qualquer ajuda, tudo é feito voluntariamente.

“A minha preocupação é com os jovens. Os nossos meninos estão morrendo cedo demais, muitos não têm a chance de ter um futuro promissor, porque o tráfico de drogas está vencendo. É por isso que trabalho, para tirar os pequenos das ruas. Para mostrar que eles podem ser alguém na vida”, enaltece o artesão.

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O projeto foi criado há 10 anos e, nesse período, dezenas de jovens aprenderam o ofício da marcenaria. Todos os dias, jovens de 12 a 17 anos, passam a tarde com ele. Alguns passam as tardes e as noites. “Eu vivo para eles”, diz. Neste tempo, o artesão afirma que perdeu alguns filhos de coração para as drogas, mas outros são melhores marceneiros do que ele.

“Quando os meninos ficam aqui [na oficina], eles não estão usando ou vendendo drogas, não pensam em roubar ou se prostituir, e também não passam fome. Faço tudo para eles se sentirem bem”, argumenta Prates.

Durante a oficina, os jovens recebem lanche – pão com mortadela, bolo, chá ou suco – e, aos sábados, almoço preparado pela esposa do Tio Lu, Lindinalva Silva Santos. Ela era catadora de recicláveis, mas, influenciada pelo marido, tornou-se artesã e se considera um pouco mãe dos meninos da Vila Alta.

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“Essa é a vida dele e passou a ser a minha vida. Antes não gostava de cozinhar aos sábados, hoje é um prazer. É um amor que nós temos por esses meninos”, detalha Lindinalva.

Mudança de vida A vida de Prates nem sempre foi dessa forma. Com pouco mais de oito décadas de experiência, ele foi empresário por duas vezes, mas os negócios faliram. Na primeira vez, ele foi salvo pelo pai que tinha um dinheiro guardado. Na segunda, não teve a quem recorrer e, por isso, decidiu voltar a ser empregado.

Depois de ficar sem dinheiro e quase morrer por causa de um câncer, decidiu mudar completamente de vida e pensar nas crianças, filhos e filhas de pais que estão presos ou que não ficam em casa por serem usuário de drogas.

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