O delegado Eduardo Mauat da Silva, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal, afirmou nesta sexta-feira (17) que a conduta do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “é um procedimento não-usual”.
Ele foi questionado se seria estranho o pedido de Janot ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que fosse suspensa a tomada de depoimentos de políticos, que seriam feitos pelos policiais federais.
“Eu não diria estranho, mas é um procedimento não-usual. Por conta disso, é que nós insistimos que sejam dadas todas as explicações pertinentes, no momento oportuno. Há intimações que já haviam sido expedidas pela Polícia Federal e as audiências foram canceladas”, afirmou.
As oitivas, segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), foram marcadas pelos policiais sem o conhecimento da instituição, que alega conduzir as investigações.
O ministro Teori Zavascki, do STF, acatou o pedido de Janot. A PF, no entanto, divulgou nota ressaltando que o STF não determinou "uma ordem de preferência" para os depoimentos e que todas as oitivas já feitas contaram com a participação do Ministério Público Federal. Para o delegado, é preciso que Janot explique aos policiais as razões de suspender os depoimentos. O Ministério Público Federal (MPF) alegou que há um “realinhamento nas estratégias” da investigação. Para a instituição, cabe exclusivamente a Janot definir como será feito o trabalho.
O delegado diz não acreditar que o pedido de Janot tenha qualquer conotação política, para atrasar as investigações. “Eu acredito que o doutor Janot esteja atuando de maneira republicana e eu espero que ele preste os esclarecimentos necessários para que não haja nenhuma mácula em torno da atuação do Ministério Público Federal”, aponta. Ele também nega que exista qualquer disputa entre policiais e procuradores. “O Ministério Público é uma instituição republicana, independente, mas não está imune ao controle da sociedade.
Como é uma investigação, de bastante repercussão, com questões que envolvem toda a nação, pessoas se manifestam, expõem sua opinião publicamente a respeito disso, esperando que o país mude.
Então, o doutor Janot, como servidor público que é, deverá prestar os esclarecimentos devidos da maneira apropriada. E eu tenho certeza de que ele vai fazer isso”, diz o delegado. Mauat alega que já havia um entendimento entre a Polícia Federal e o MPF sobre a condução das investigações. “Em tese, essa investigação era para ser uma investigação célere e era esse o entendimento, e o trabalho da Polícia Federal caminhava nesse sentido”, diz.
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