MAIS LIDAS
VER TODOS

Geral

Governo rejeita alterar sistema eleitoral para pleito deste ano

MARIANA CARNEIRO BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Provocada pela oposição, a mudança do sistema eleitoral da Argentina foi rejeitada nesta quinta (27) pelo governo da presidente Cristina Kirchner. "Não se pode trocar de cavalo no meio do rio", af

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 27.08.2015, 17:53:23 Editado em 27.04.2020, 19:57:07
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

MARIANA CARNEIRO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Provocada pela oposição, a mudança do sistema eleitoral da Argentina foi rejeitada nesta quinta (27) pelo governo da presidente Cristina Kirchner.
"Não se pode trocar de cavalo no meio do rio", afirmou o chefe de gabinete ministerial, Aníbal Fernández.
Faltando menos de dois meses para votação, em 25 de outubro, a oposição colocou em xeque o sistema eleitoral após a tumultuada eleição na província de Tucumán, no último fim de semana.
Candidato pela UNA (Unidos por uma Nova Argentina), Sergio Massa chegou a propor alugar as urnas eletrônicas do Brasil. Mas a proposta não foi adiante, porque para isso seria necessário reformar a legislação eleitoral do país.
Nesta quinta (27), deputados da oposição apresentaram uma proposta de alterar o sistema para parcialmente eletrônico -com máquinas que imprimem o voto em papel.
Governistas afirmam que não há tempo hábil para a mudança e afirmam que a oposição está criando um clima de desconfiança como estratégia de propaganda eleitoral.
Na Argentina, a eleição é feita em papel. Quando votam, os eleitores depositam na urna uma cédula do partido em que querem votar. Essas cédulas são confeccionadas e fornecidas pelos próprios partidos aos locais de votação.
Durante as eleições primárias, em 9 de agosto, a oposição se queixou de que em algumas zonas eleitorais da periferia de Buenos Aires haviam desaparecido as cédulas dos partidos contrários ao governo de Cristina Kirchner. Com isso, os eleitores não puderam votar nos candidatos da oposição.
PRÁTICA HISTÓRICA
A prática de "roubo de boletas", como os argentinos chamam o sumiço das cédulas de partidos, é antiga na Argentina e suscitou críticas ao sistema eleitoral no passado.
"Não é só pelos eventos recentes de Tucumán, mas obviamente quando acontece casos como esse, é hora de colocar foco sobre a proposta de mudar o sistema eleitoral", afirmou a candidata a vice-presidente da aliança Cambiemos (Mudemos, em português), Gabriela Michetti.
Senadora, ela participou da apresentação da proposta de mudança do sistema no Congresso já para a votação de outubro.
A ideia da oposição é que sejam confeccionadas cédulas unificadas, com os nomes dos candidatos de todos os partidos. Elas seriam entregues pelos mesários aos eleitores que não encontrarem as cédulas dos seus candidatos na hora de votar.
"Não temos votos suficientes para alterar o sistema para o modelo eletrônico nessa eleição. Mas é possível termos um paliativo, que é uma 'boleta' única em papel", disse Michetti.
A senadora afirmou que o governo usa o sistema atual "em benefício próprio e não em nome do povo".
MUDANÇA DE REGRAS
Segundo Rosário Pavece, da ONG Poder Ciudadano, não será tarefa simples alterar o sistema eleitoral antes da eleição de outubro.
"E também não seria o desejável", afirma ela. "É complexo mudar as regras durante um processo eleitoral. O que deve ser feito é garantir que haja cédulas de todos os partidos no dia da votação, e que a eleição transcorra sem casos de violência".
Além disso, mesmo a proposta da cédula unificada em papel, Rosário, necessitaria de aprovação da maioria do congresso, que é atualmente formado por políticos alinhados ao governo.

continua após publicidade

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Geral

    Deixe seu comentário sobre: "Governo rejeita alterar sistema eleitoral para pleito deste ano"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!