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Opositor argentino promete 'reatar' com o Brasil se for eleito

MARIANA CARNEIRO BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Principal opositor na corrida presidencial na Argentina, Mauricio Macri, da coligação Cambiemos (Mudemos, em português) diz querer restabelecer a relação com o Brasil e acelerar as negociações do Me

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 06.10.2015, 20:23:00 Editado em 27.04.2020, 19:56:02
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MARIANA CARNEIRO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Principal opositor na corrida presidencial na Argentina, Mauricio Macri, da coligação Cambiemos (Mudemos, em português) diz querer restabelecer a relação com o Brasil e acelerar as negociações do Mercosul com a União Europeia e com a recém-criada Aliança do Pacífico.
O candidato prometeu nesta terça (6) que, se eleito, sua primeira viagem internacional será a Brasília, como um sinal do seu alinhamento internacional.
O apoio explícito do PT ao rival Daniel Scioli, candidato de Cristina Kirchner nas eleições do próximo dia 25, porém, pode provocar um ruído nessa relação caso Macri seja eleito.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na Argentina há um mês e pediu votos para Scioli, em comício com Cristina na periferia de Buenos Aires.
Emissários de Macri e do petista chegaram a negociar um encontro, mas, segundo assessores do argentino, o candidato desistiu depois que Lula fez campanha aberta, em atos transmitidos em rede nacional no país vizinho.
"Que sejam bem-vindos", respondeu Macri ao ser perguntado sobre o apoio de líderes latino-americanos a Scioli. Depois de Lula, Evo Morales também visitou a Argentina em evento ao lado de Scioli. Nesta quarta (5), chega a Buenos Aires o ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica.
"Cada um tem direito de participar politicamente como queira, e isso não significa que eu não vá cultivar as melhores relações", afirmou Macri.
Seus aliados, porém, são mais críticos do apoio dessas lideranças.
"Scioli não é de esquerda, veio de setores da centro-direita do peronismo", disse Diego Guelar, um dos representantes na área de política externa de Macri.
"O melhor para o Brasil seria uma mudança em relação à situação que existe hoje, e Scioli representa a continuidade", acrescentou Guelar.
VENEZUELA
Um dos indícios de diferença de posicionamento é a rejeição de Macri à política brasileira de se manter em silêncio sobre a prisão do opositor venezuelano Leopoldo López.
Se eleito, Macri afirmou que pedirá que o Mercosul pressione Nicolás Maduro usando a cláusula que exige que os governos defendam a democracia.
"Vamos exigir a liberação de Leopoldo López", afirmou o candidato. "Maduro tem que respeitar as liberdades e o papel dos opositores".
Em entrevista a correspondentes em Buenos Aires, nesta terça, Macri evitou opinar sobre a crise política que enfrenta a presidente Dilma Rousseff, tratando a questão como um "tema doméstico" do vizinho, a ser respeitado pelos argentinos.
"Espero que o Brasil supere essa situação de conflito que está vivendo porque, obviamente, se nosso sócio não vai bem também não vamos bem", afirmou.
"Pretendo, a partir de dezembro, poder colaborar para que juntos possamos reduzir a pobreza e dar melhores oportunidades para o nosso povo".
POLÍTICA INTERNA
Sobre o pleito argentino, seu chefe de campanha, Marcos Peña, disse não ter dúvidas de que a eleição na Argentina será definida em um segundo turno entre Macri e Scioli.
As últimas pesquisas, porém, indicaram que a coligação Cambiemos perdeu votos desde as primárias, em agosto, e que o terceiro colocado, Sergio Massa (UNA) ganhou eleitores.
Segundo a mais recente pesquisa da Management & Fit, divulgada no último domingo (4), Scioli aparece com 38,6% das intenções de voto, seguido por Macri (27,9%) e Massa (21,5%).
"Macri tem a preferência dos que querem uma mudança nas Argentina", argumentou Peña.
O candidato e seus aliados sustentam que os números mostram que 60% da população quer mudanças, e daí surgiria a força da oposição nesta eleição. Se as pesquisas estiverem certas, porém, Scioli está próximo de atingir a marca para vencer já em um primeiro turno.
Para encerrar a votação na primeira rodada na Argentina, um candidato tem que obter 45% dos votos ou pelo menos 40%, com uma vantagem de dez pontos sobre o segundo colocado.
ECONOMIA
No campo econômico, Macri propõe saídas distintas das apresentadas por Scioli, que pretende fazer correções na política econômica de maneira mais gradual.
Segundo Rogelio Frigerio, presidente do Banco de la Ciudad e um dos economistas que assessoram o candidato, Macri deverá levantar as barreiras à importação e às despesas em dólares o mais rapidamente possível, indicando uma política de ajustes mais rápida.
Essas restrições, criadas pelo governo para administrar a escassez de dólares no país, ganharam o nome de "cepo" na Argentina.
"Cada dia que não se libera o 'cepo' é um dia perdido na nossa obsessão de crescer e gerar empregos", afirmou. "Há quatro anos já vivemos um ajuste, que está gerando desemprego e alta inflação".

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