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Brasil ofereceu mediação entre ELN e Colômbia, mas recuou por eleição

SAMY ADGHIRNI, ENVIADO ESPECIAL BOGOTÁ, COLÔMBIA (FOLHAPRESS) - O governo brasileiro havia se comprometido a abrigar negociações secretas entre o governo colombiano e o grupo guerrilheiro Exército de Liberação Nacional (ELN) no ano passado, mas recuou de

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.10.2015, 18:08:26 Editado em 27.04.2020, 19:55:56
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SAMY ADGHIRNI, ENVIADO ESPECIAL
BOGOTÁ, COLÔMBIA (FOLHAPRESS) - O governo brasileiro havia se comprometido a abrigar negociações secretas entre o governo colombiano e o grupo guerrilheiro Exército de Liberação Nacional (ELN) no ano passado, mas recuou devido ao acirramento da campanha presidencial no Brasil.
A informação foi dada à reportagem por fontes ligadas ao processo de paz entre o governo colombiano e grupos guerrilheiros, que travaram guerra traumática a partir dos anos 1990.
Bogotá negocia há três anos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) sob mediação de Cuba. O diálogo já resultou num pré-acordo histórico cujo desfecho está previsto para o primeiro semestre de 2016.
Conversas com o ELN, porém, ainda não estão formalizadas. Segundo a reportagem apurou, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, acertou apoio do governo brasileiro para o diálogo com o ELN durante visita ao Brasil no âmbito da Copa do Mundo.
À época, Santos havia agradecido publicamente o apoio do Brasil "por seu papel e ajuda", mas não estava clara a natureza deste apoio.
Acompanhando a presidente Dilma Rousseff em visita a Bogotá nesta sexta-feira, o assessor especial do Planalto, Marco Aurélio Garcia, confirmou que o Brasil recebeu um encontro sigiloso, na cidade de Manaus, entre representantes do governo colombiano e do ELN em 2014.
"Estas negociações precisam ser secretas. Os acordos do Oslo [entre palestinos e israelenses, em 1993] não teriam surgido se as conversas tivessem vazado", disse Garcia.
Garcia, porém, negou que o governo tenha descumprido promessa de mediação por temor do custo político de se envolver num tema tão espinhoso em meio a uma apertada corrida presidencial. "Conversamos até o ponto em que nossa ajuda não era mais necessária", disse.
O ELN foi fundado por guerrilheiros marxistas nos anos 1960 com o propósito de combater as injustiças sociais e a exploração dos mais necessitados por agentes capitalistas. O grupo tornou-se um dos protagonistas da guerra que deixou mais de 230 mil mortos.
Com a desmobilização dos paramilitares, milícias antiguerrilha, a partir de 2003, e o enfraquecimento de grupos como Farc e ELN, o conflito vem perdendo intensidade. Nesta sexta, a presidente Dilma elogiou Santos pela "corajosa decisão de implementar um processo de paz com as Farc".
"O êxito da negociação transcende as fronteiras da Colômbia e da região. É um exemplo para o mundo, onde há impotência para estabelecer acordos de paz", disse Dilma, após reunião com o colega colombiano no palácio presidencial de Bogotá.
Os dois presidentes anunciaram que, em caso de acordo com as Farc, a delegação colombiana na Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro chegará com uma "tocha olímpica da paz".

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