Para governador do DF, Justiça quer politizar prisão de mensaleiros

Por Matheus Leitão e Mariana Haubert

BRASÍLIA, DF, 7 de março (Folhapress) - O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), afirmou hoje que os questionamentos apresentados pelo juiz do Tribunal de Justiça do DF, Bruno Ribeiro, sobre as supostas regalias recebidas pelos presos do mensalão têm a intenção de politizar o caso.

Na semana passada, Ribeiro determinou que o governo informasse, em até 48 horas, se já havia sido iniciada uma investigação interna para apurar o responsável pelos supostos privilégios. A decisão é uma resposta ao Ministério Público do DF que pediu na semana passada medidas para acabar com supostas regalias a presos do mensalão divulgadas na mídia.

"O sistema prisional é uma situação delicada e você não pode nunca deixar politizar isso. Mesmo ele [juiz Bruno Ribeiro] não tendo prerrogativa de se dirigir a mim, eu vou responder porque o presídio está em absoluta normalidade e tem comando. Esse presídio é um dos melhores do país - no ano passado não teve uma única morte - e não tem privilégio para nenhum preso", afirmou Agnelo. Ele falou ao final de uma solenidade de assinatura de convênio sobre o recadastramento biométrico realizada no Tribunal Regional Eleitoral do DF.

Segundo o governador, ainda não foi aberta nenhuma investigação para apurar as irregularidades apontadas pelo Ministério Público. A investigação das denúncias é um dos pontos levantados pelo juiz nos ofícios enviados ao governo.

"Eu não posso falar em tese supostas irregularidades. Se tiver qualquer irregularidade será feita toda a investigação e a aplicação da lei rigorosamente e a aplicação da lei indistintamente", disse Agnelo.

A assessoria de imprensa do governo informou que as respostas aos questionamentos do Judiciário serão enviadas ainda hoje. A Subsecretaria do Sistema Penitenciário já enviou as suas respostas.

Visita a Dirceu

Questionado sobre as duas visitas que fez ao ex-ministro José Dirceu, preso no Complexo Penitenciário da Papuda desde novembro, Agnelo confirmou os encontros dentro da prisão. "Sou governador do DF e vou a qualquer hora no presídio e visito quem eu quiser no presídio."