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PETROBRAS-DENÚNCIAS - (ATUALIZADA)

Ex-diretor contradiz Planalto, mas frustra a oposição Por Aguirre Talento e Matheus Leitão BRASÍLIA, DF, 16 de abril (Folhapress) - Aposta da oposição para inflar a tentativa de instalação de uma CPI da Petrobras no Congresso, o ex-diretor da área inte

Da Redação

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Publicado em 16.04.2014, 20:49:00 Editado em 27.04.2020, 20:16:02
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Ex-diretor contradiz Planalto, mas frustra a oposição




Por Aguirre Talento e Matheus Leitão

BRASÍLIA, DF, 16 de abril (Folhapress) - Aposta da oposição para inflar a tentativa de instalação de uma CPI da Petrobras no Congresso, o ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró contradisse ontem pontos da versão do Palácio do Planalto para a polêmica compra da refinaria de Pasadena (EUA), mas frustrou a expectativa da oposição, que esperava uma fala mais "explosiva".

Em depoimento de mais de cinco horas na Câmara dos Deputados, Cerveró afirmou que as cláusulas omitidas no resumo que embasou a aprovação da compra da refinaria não eram importantes, rebatendo a versão da presidente Dilma Rousseff para o caso.

Presidente do Conselho de Administração da estatal que aprovou o negócio, em 2006, Dilma disse no mês passado que compra só ocorreu porque se baseou em parecer tecnicamente "falho" elaborado pela diretoria que Cerveró comandava à época.

A declaração evidenciou o tamanho do prejuízo à estatal com o negócio -em torno de US$ 530 milhões- e gerou uma crise.

A audiência foi marcada por bate-bocas entre deputados da base governista e da oposição. A avaliação de petistas é que o depoimento diminuiu a tensão pela CPI para investigar as irregularidades na Petrobras.

A polêmica sobre Pasadena refere-se às cláusulas "Put Option" (que estabelecia que em caso de desacordo entre os sócios uma parte comprasse a outra) e "Marlim" (uma garantia a outra sócia de rentabilidade mínima de 6,9% ao ano), que não constavam no resumo de Cerveró.

"Não houve intenção de enganar ninguém. (...) Essas cláusulas não têm representatividade no negócio", afirmou o ex-diretor. Segundo ele, a "Put Option" é "uma prática mais do que comum", presente em "centenas" de contratos da estatal.

Já a "Marlim" seria uma "proteção negociada" com o sócio, reticente com a intenção de usar 70% da refinaria para processar óleo pesado, menos rentável. Porém, assessores presidenciais e técnicos da estatal consideram que a taxa de retorno de 6,9% era muito elevada e representava risco para a Petrobras.

No depoimento, Cerveró também negou que tenha sido rebaixado ao ser demitido do cargo de diretor internacional da Petrobras e transferido para a área financeira da BR Distribuidora, como afirmou anteontem a presidente da Petrobras, Graça Foster, em depoimento ao Senado.

"Eu não fui rebaixado, fui substituído [...]. Por que me sentiria desprestigiado ocupando a diretoria financeira de uma empresa de sucesso?", afirmou.

Cerveró considerou que não foi "justa" a classificação, por Graça Foster, de que Pasadena não foi um bom negócio. "Não foi o melhor projeto do mundo, mas daí a dizer que foi uma operação malfadada...", lamentou.

Ele justificou a compra como parte dos planos da Petrobras de ampliar o refino no exterior e afirmou que a descoberta do pré-sal mudou prioridades da empresa, tornando Pasadena desinteressante.

Cerveró também desmentiu a declaração do próprio advogado de que o conselho recebeu os documentos sobre o contrato 15 dias antes e disse que ele "se precipitou".

O ex-diretor disse não saber se Dilma havia recebido, além do resumo, todos os documentos relativos ao contrato de Pasadena. Cerveró afirmou que apenas encaminhou o material à diretoria executiva. "Se foram encaminhados ao Conselho de Administração, a responsabilidade não é minha", declarou.

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