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Assessor da Previdência pede demissão

BRASÍLIA, DF, 17 de abril (Folhapress) - O assessor do Ministério da Previdência que recebeu dinheiro de uma empresa de fachada investigada pela Polícia Federal na operação Lava Jato pediu demissão hoje. A MO Consultoria, ligada ao doleiro Alberto Yous

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 17.04.2014, 17:55:00 Editado em 27.04.2020, 20:16:00
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BRASÍLIA, DF, 17 de abril (Folhapress) - O assessor do Ministério da Previdência que recebeu dinheiro de uma empresa de fachada investigada pela Polícia Federal na operação Lava Jato pediu demissão hoje.

A MO Consultoria, ligada ao doleiro Alberto Youssef, repassou R$ 20 mil a José Wilde de Oliveira Cabral em 31 de março de 2011. A quebra de sigilo autorizada pela Justiça indica que o dinheiro foi transferido para a conta do assessor do ministro Garibaldi Alves com a identificação "pagamento de fornecedores". José Wilde nega qualquer irregularidade e diz que se afasta do cargo para se defender.

A confissão de que a empresa não tem atividade de fato foi feita por um empregado do doleiro, Waldomiro de Oliveira, em nome de quem a MO Consultoria está registrada na Junta Comercial de São Paulo. A reportagem teve acesso ao depoimento do funcionário, que decidiu colaborar com a PF na tentativa de receber uma pena menor.

Entre 2009 e 2013, a MO movimentou R$ 89,7 milhões. A polícia suspeita que a empresa era usada para repassar propina a funcionários públicos e políticos. Os contratos da suposta consultoria seriam uma forma de as empresas darem uma aparência legal a subornos, segundo suspeita da PF.

Essa mesma empresa recebeu R$ 34,7 milhões de nove fornecedoras da Petrobras --que também é um dos alvos da investigação da PF.

Outro lado

Por meio de nota, José Wilde afirma que nunca teve "qualquer relação profissional" com a MO. "Pelo valor divulgado do pagamento feito a mim, é razoável supor que se trata de remuneração por serviço de assessoria de imprensa que prestei em 2010, com pagamento efetuado no primeiro semestre de 2011", esclareceu, sem revelar para quem prestou assessoria alegando cláusula de confidencialidade.

O assessor diz ainda que prestou serviços lícitos e que não tinha obrigação de pesquisar a origem dos recursos que lhe foram repassados de forma lícita. Ele rechaçou qualquer relação com as empresas e pessoas investigadas pela PF na operação Lava Jato.

Foram indiciadas 46 pessoas por suspeita de participarem de esquema que movimentou R$ 10 bilhões de forma suspeita e novas investigações foram abertas para apurar, principalmente, relação de servidores públicos e crimes de licitação com empresas usadas pelo esquema.

"Causa-me justa indignação qualquer insinuação da mais remota ligação minha com pessoas ou empresas envolvidas em negócios escusos, especialmente neste caso, em que prestei serviços lícitos, não sendo de meu dever pesquisar a origem de recursos que, também licitamente, me foram destinados. Para que eu possa defender a minha honra longe de deveres funcionais, assinei, em caráter irrevogável, pedido de exoneração do cargo de Assessor Especial do Ministro, que exerço no Ministério da Previdência Social", diz a nota de José Wilde.

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