SÃO PAULO, SP, 3 de maio (Folhapress) - A Prefeitura de Salvador se manifestou hoje sobre o aumento de 100% nos jetons pagos a secretários nos conselhos de empresas estatais da capital baiana. Em nota, informou que a alta faz parte da reformulação administrativa implantada pelo prefeito ACM Neto (DEM).
De acordo com secretário de Gestão da cidade, Alexandre Paupério, os conselheiros ganharam novas atribuições, passando a "acompanhar o dia a dia e a melhorar a gestão das empresas". Por meio de nota, ele apontou, também, que a remuneração dos conselheiros "está compatível com a média do que é pago pelas empresas públicas no país".
Neste sábado, a Folha de S.Paulo publicou reportagem que mostra que o governo ACM Neto dobrou os jetons pagos aos conselheiros das empresas municipais de Salvador. O aumento se deu no início da atual gestão, em 2013, e foi anunciada pelo prefeito que prometera cortes de gastos na prefeitura.
Os dados foram revelados somente após a Folha de S.Paulo encaminhar pedido à prefeitura baseado na Lei de Acesso à Informação.
O aumento dos jetons, que na Prefeitura de Salvador são verbas pagas a servidores pela participação nos conselhos, beneficiou secretários da gestão, como Mauro Ricardo Costa, ex-titular da pasta das Finanças do governo Gilberto Kassab (2006-2012) em São Paulo e atual presidente do comitê de conselhos das empresas municipais de Salvador. Criado por ACM Neto, o comitê, segundo a prefeitura, tem como objetivo melhorar a gestão administrativa e financeira das estatais.
Com cadeira nos conselhos de administração das quatro empresas, Mauro Ricardo acumula R$ 22 mil mensais em jetons. Com salário de R$ 15 mil, elevou sua renda mensal bruta a R$ 37 mil.
Já o secretário do comitê George Tormin participa de dois conselhos de administração e de dois conselhos fiscais, funções que lhe rendem R$ 14 mil por mês. Os conselhos fiscais pagam cerca de R$ 1.800 por reunião.
Na nota enviada hoje, o secretário de Gestão afirmou, também, que havia "grande defasagem" na remuneração aos conselheiros.
Segundo ele, os conselhos fazem parte da administração pública brasileira em todas as esferas (governos federal, estaduais e municipais). "A remuneração dos seus integrantes está compatível com a média do que é pago pelas empresas públicas no país", disse.
Escrito por Da Redação
Publicado em 03.05.2014, 14:33:00 Editado em 27.04.2020, 20:15:17
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