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Brasil sobe em ranking de progresso humano, mas ritmo continua lento

BRASÍLIA, DF - O Brasil melhorou sua posição no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), mas o ritmo de crescimento está abaixo da maioria dos vizinhos da América Latina e dos Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.07.2014, 11:55:00 Editado em 27.04.2020, 20:11:11
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BRASÍLIA, DF - O Brasil melhorou sua posição no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), mas o ritmo de crescimento está abaixo da maioria dos vizinhos da América Latina e dos Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

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Entre 187 países, o relatório das Nações Unidas coloca o Brasil na posição 79ª, uma acima do ranking anterior, ao lado de países como Geórgia e Granada. O indicador é elaborado com base em dados de saúde, educação e renda da população nacional. Quanto mais próximo de 1, melhor o desenvolvimento -em 2013, o IDH brasileiro foi de 0,744.

Assim, esse número leva em consideração uma expectativa de vida no país de 73,9 anos, 15,2 anos esperados de escolaridade, 7,2 anos médios de estudo (para população acima de 25 anos) e Renda Nacional Bruta per capita de US$ 14.275, ajustados pelo poder de compra.

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Entre 2012 e 2013, o Brasil teve um avanço de 0,27% no índice (saiu de 0.742 para 0.744). Entre os Brics, apenas a Rússia cresceu em ritmo mais baixo que o brasileiro (0,13%). Entre os vizinhos, o desempenho do Brasil foi superior a apenas dois países -Argentina (0,25%) e Venezuela (0,13%).

De toda forma, o país é um dos destaques do relatório internacional. O programa Bolsa Família e a política de cotas nas instituições federais de ensino superior são elogiados no documento. A redução do trabalho informal e as políticas anticíclicas adotadas como resposta à crise financeira de 2008 também são mencionadas no texto. "Uma outra forma de avaliar o progresso [dos países] é acompanhar o crescimento do consumo entre os 40% mais pobres de uma população. Por este ângulo, alguns países se saíram bem. Na Bolívia, Brasil e Camboja, o crescimento do consumo entre os 40% mais pobres tem sido mais acelerado do que entre o restante da população", afirma o relatório.

MELHORA CONSISTENTE

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Para Jorge Chediek, representante do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) no Brasil, o país passou por uma "melhora consistente das condições de vida das pessoas nos últimos 30 anos". Ele afirma que "através dos anos e dos governos" o Brasil teve uma "trajetória extremamente positiva". "O Brasil só não está muito melhor porque, embora tenha feito muitas coisas nos últimos anos, o passivo histórico do país é enorme", argumenta.

Coordenadora do Atlas do Desenvolvimento no Pnud, Andrea Bolzon ponderou ainda que há uma "tendência mundial de desaceleração do crescimento do IDH. "Os campeões de crescimento nessa última década partem de uma situação extremamente deprimida do ponto de vista do desenvolvimento humano", disse ela, citando Etiópia e Burundi como exemplo.

Neste ano, dos 187 países avaliados, 114 mantiveram sua posição no ranking, 35 caíram e 38 subiram de posição –entre eles o Brasil.

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Na América Latina e Caribe, a tendência se repete: dos 33 países, 19 se mantiveram, frente a 9 que caíram no ranking e 5 que melhoraram o desempenho (além do Brasil, Chile, Panamá, Suriname e Uruguai).

MUDANÇA DE METODOLOGIA

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Assim como em anos recentes, as Nações Unidas fizeram ajustes à metodologia de cálculo do indicador. Com isso, se antes o Brasil aparecia em 85º no ranking de 2012, agora a posição ocupada naquele ano é 80º.

Entre as mudanças realizadas, está o peso dos indicadores que compõem o item educação no IDH. Agora, a média de estudos da população com mais de 25 anos e a expectativa de escolaridade passaram a ter peso semelhante. Até então, o primeiro elemento acabava predominando no cálculo. "Os países emergentes diziam que essa forma de calcular não captava as mudanças mais recentes dos países. (...) O fluxo das crianças nas escolas está melhorando muito e a forma de calcular antiga não captava essas mudanças mais recentes", disse Bolzon.

O Brasil era um dos críticos ao modelo anterior –no ano passado, o governo federal fez duras reclamações sobre a captação de dados para composição do IDH nacional.

DESIGUALDADE AINDA É ENTRAVE

A desigualdade na distribuição de renda, saúde e educação entre os brasileiros continua a penalizar o desempenho do país no ranking. Levado em conta esse fator, o Brasil perderia 16 posições no ranking.

Se no IDH a nota do Brasil é de 0.744, o indicador cai para 0.542 devido à desigualdade. A distribuição de renda é o principal motivo para esse cenário, acima das diferenças para acesso à saúde e educação dos brasileiros.

Andrea Bolzon, no entanto, pondera que em anos anteriores a desigualdade era motivo de perda ainda maior. Em 2009, o desconto no IDH brasileiro devido a esse fator chegou a 27,7%, passando para 27,2% em 2011 e estabilizando em 27%.

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