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Pezão e Crivella se enfrentam em duelo agressivo

RIO DE JANEIRO, RJ - Em um duelo conturbado e recheado de agressões de parte a parte, os candidatos a governo do Rio, o atual governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o senador Marcelo Crivella (PRB) se confrontaram pela última vez

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.10.2014, 00:37:00 Editado em 27.04.2020, 20:06:35
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RIO DE JANEIRO, RJ - Em um duelo conturbado e recheado de agressões de parte a parte, os candidatos a governo do Rio, o atual governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o senador Marcelo Crivella (PRB) se confrontaram pela última vez antes da eleição no debate da TV Globo na noite desta quinta-feira (23).

Pezão acusou Crivella, que é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, de ser "testa de ferro do bispo Macedo", seu tio e líder da instituição. O senador respondeu acusando Pezão, que assumiu o cargo com a renúncia do governador Sérgio Cabral (PMDB) em abril, de fazer parte de um governo corrupto.

"Você perdeu o juízo. Você não quer discutir política com corrupção, e você sabe que faz parte de um governo corrupto, e quer misturar política com religião", disse Crivella.

Com os dois candidatos visivelmente tensos, o ambiente ficou ainda mais acalorado pelo comportamento da plateia. Mesmo antes do debate, verdadeiras "torcidas" pareciam dispostas a tumultuar o estúdio localizado em Jacarepaguá, zona oeste do Rio.

Enquanto os partidários de Crivella, liderados pela deputada federal eleita Clarissa Garotinho (PR), gritavam "Ficha Limpa" para seu candidato e aplaudiam a cada resposta dele, os peemedebistas provocavam, desde antes do encontro, que Pezão "derrubara o bispo", e pediam silêncio no estúdio.

No primeiro bloco, o debate aparentou se encaminhar para um viés mais propositivo, mas a calmaria durou pouco.

Pezão referiu-se mais de uma vez ao adversário, desde o começo, como "bispo". Outro estratagema adotado por Pezão e que não havia surgido nos debates anteriores é criticar a atuação do candidato do PRB no Senado –e, de quebra, insinuar que ele está distante do Rio há muito tempo.

No final do primeiro bloco e no início do segundo, porém, o clima esquentou de vez. Insinuações sobre a influência de Macedo e de Anthony Garotinho (PR), candidato derrotado no primeiro turno e aliado a Crivella, em um eventual governo do PRB foram rebatidos pelo senador com referências a Cabral (PMDB) e acusações de que o governo investiu mais em propaganda do que deveria, para "autopromoção" nas palavras de Crivella.

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Pezão se indignou e disse que o adversário estava "mentindo que nem o Garotinho". Na réplica, o senador começou a perder a calma e respondeu:

"Primeira coisa, Pezão. Eu não menti. Vocês gastaram R$ 330 milhões do orçamento. E a questão da segurança depende muito de um governador não estar envolvido em escândalos. De um governador não ir fazer dança na boca da garrafa ou com guardanapo na cabeça em Paris, se promiscuindo com empresários".

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A série de ataques ao governador prosseguiu: "A Polícia Militar, uma expressiva parte dela, virou milícia. Vocês perderam o controle. A classe política do nosso Estado, para vergonha, para todos os negócios tem que ter alguma vantagem. Eles enriquecem, virou um dogma, riqueza gera poder, poder gera riqueza".

Na tréplica do embate mais quente, Pezão voltou a atacar a ligação entre Crivella e o bispo Macedo.

"No meu governo, mando eu, e o espelho da corporação vou ser eu. Você quer botar aqui o bispo Macedo, você é testa de ferro do bispo. Aqui não vai ter Edir Macedo e nem testa de ferro do Edir Macedo."

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Na sequência, Pezão insinuou que o adversário está sob investigação e passou no ar o endereço eletrônico de um site que conteria informações que comprometem o senador.

Crivella retomou a palavra e adotou um tom mais emocional: "Se eu sou testa de ferro do bispo Macedo, por que ele não botou dinheiro na minha campanha?"

E seguiu: "No nosso Estado morreu um menino com uma bala na cabeça, e não tinha helicóptero para transportá-lo porque o helicóptero neste Estado é pra transportar o cachorro do governador. É falta de exemplo, de moralidade. Não temos discutir aqui bispo Macedo, porque você esteve lá no templo puxando o saco e elogiando e depois faz esse papelão", disse Crivella, referindo-se à inauguração do Templo de Salomão, em São Paulo, à qual Pezão esteve presente.

Depois do terceiro bloco, o das considerações finais, a plateia seguiu se insurgindo e gritando, ignorando os apelos por silêncio da mediadora Ana Paula Araújo. Durante as despedidas, acidentalmente começou a disparar uma sirene, similar as de aviso de incêndio. O barulho se repetiu por três vezes, mas não havia fogo, pelo menos não fora do estúdio.

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