RIO DE JANEIRO, RJ - Um templo da Igreja Universal, no centro do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi lacrado neste sábado (25) por fiscais do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) que encontraram no local um cadastro de eleitores.
A reportagem apurou que havia dentro desta unidade da Igreja Universal em torno de 2.000 formulários preenchidos com nome do eleitor, número do título eleitoral, zona de votação e seção. Trazia ainda o endereço do site da campanha do candidato do PRB, Marcelo Crivella, bispo licenciado da Universal e sobrinho de Edir Macedo, líder desta igreja.
Ele disputa o governo do Estado do Rio com o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Após identificar o material nesta sexta-feira (24), os representantes do TRE obtiveram uma autorização do juiz e voltaram na manhã deste sábado (25) para lacrar a igreja.
Ao chegar no local, a equipe encontrou no estacionamento da igreja alguns carros que guardavam material de campanha do candidato Os fiscais apreenderam um total de 10 caixas, cada uma delas com 10.000 folhetos de propaganda de Crivella.
A lei eleitoral proíbe a campanha nos templos. Segundo a resolução 23.404 do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em seu artigo 11, parágrafo 2º, é vedada a veiculação de propaganda eleitoral em bens de uso comum, onde se encaixam as igrejas.
O relatório desta operação do TRE será encaminhado ao Ministério Público Eleitoral, que irá propor as medidas cabíveis.
OUTRO LADO
Por meio de sua assessoria, o candidato do PRB afirmou que "não se deve fazer política dentro de nenhuma igreja", que não fez e não recomenda que se faça.
Disse ainda que durante toda a campanha não foi a nenhuma igreja e é contra a mistura de política e religião. Crivella lembrou que não exerce nenhum cargo na Igreja Universal há mais de dez anos.
A campanha do senador disse não ter qualquer envolvimento e que não tem como responder sobre o caso.
Em nota, a Igreja Universal informou que "um membro da igreja, que fazia trabalho voluntário para o candidato Marcelo Crivella fora do templo de Duque de Caxias, deixou o material em uma sala, por esquecimento".
A declaração oficial não esclarece se o material que pertencia ao fiel da igreja seria o tal cadastro de eleitores. Também não menciona os 100 mil folhetos de propaganda de Crivella encontrados no estacionamento do templo.
No comunicado, a igreja lamenta que esteja "sendo punida pelo lapso de um único indivíduo."
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