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Para Tiririca, seria 'hipocrisia' não usar passagem para mulher

BRASÍLIA, DF - A decisão da cúpula da Câmara de permitir que maridos e mulheres dos deputados tenham direito a passagens aéreas provocou um burburinho nos corredores da Casa e num plenário com mais de 300 deputados em plena quinta-feira (26).  Divididos,

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Publicado em 27.02.2015, 13:06:00 Editado em 27.04.2020, 20:02:27
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BRASÍLIA, DF - A decisão da cúpula da Câmara de permitir que maridos e mulheres dos deputados tenham direito a passagens aéreas provocou um burburinho nos corredores da Casa e num plenário com mais de 300 deputados em plena quinta-feira (26). 

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Divididos, os parlamentares recorreram a piadas e até fizeram verdadeiros exercícios verbais para justificar a concessão do benefício, mas boa parte assegurou que não vai usar a regalia.

Pela regra, só os cônjuges com registro em cartório poderão utilizar a cota de passagens do congressista. 

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A medida foi aprovada junto ao reajuste de outras verbas à disposição dos deputados, que totalizam um impacto de R$ 150,3 milhões por ano. 

Nas rodas de conversa, as reações foram diferentes, mas é consenso o desgaste trazido pela Casa num momento que o país discute um ajuste fiscal. A benesse ganhou até apelido de "bolsa esposa" e "transpatroa". 

O deputado Tiririca (PR-SP) defendeu. "Estou na minha. Eles [comando da Casa] fizeram e não vou ser hipócrita de dizer que não vou usar", afirmou.

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Jair Bolsonaro (PP-RJ) considerou que a Casa "extrapolou". "Não tem como defender", disse. O líder do PRB, Celso Russomano (SP), sustentou que não vai fazer uso da medida, mas que não tem posição sobre o benefício. "Vou fazer uma consideração da vida parlamentar: você vem para Brasília, abandona sua família e muitos casamentos vão para o vinagre por causa disso", ponderou. 

Para Marco Feliciano (PSC-SP), a medida é justa, mas arranha a Casa. "É justo, mas é mais um desgaste para a imagem do Parlamento que já está desgastado demais." 

Integrante da cúpula da Câmara, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) votou contra a concessão. "A sociedade vem colocando uma posição de muita indignação e reclamação em relação à Casa. Neste momento, [o pacote de benefícios] acentua ainda mais o distanciamento entre o Parlamento e a sociedade." 

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Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que está tendo que se explicar a todo minuto se vai usar ou não a regalia. 

Até o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se apressou em negar que haja regalia . "Não tem esse negócio de namorada, não existe isso", disse ao rebater as críticas. 

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Em 2009, durante o escândalo que ficou conhecido como "farra das passagens", deputados usaram recursos públicos para custear passagens para familiares, namoradas, eleitores e até artistas. Na época, a Casa restringiu os bilhetes a deputados e assessores. 


LOCOMOÇÃO 

Cunha afirmou que a medida foi autorizada pensando em parlamentares que precisam de ajuda para locomoção e são mais idosos. O peemedebista afirmou que não vai utilizar as passagens, assim como 80% da Casa. 

"Ninguém é obrigado a usar. A Mesa não determinou que o deputado é obrigado, só deu o direito. Cada um faz o uso do mandato que entender melhor", disparou. 

As lideranças do PSDB, do PPS e do PSOL, que representam 69 deputados, anunciaram que suas bancadas não vão usar a passagem para cônjuges. 

O PSDB chegou a informar que iria ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a medida, mas recuou e decidiu, primeiro, tentar uma solução interna. Os tucanos vão apresentar um projeto para sustar o ato da cúpula que autoriza o benefício.

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